terça-feira, 31 de março de 2009

"Comendo bola..."

Os pais chegam ao hospital com o filho adoentado há um dia, com queixas de febre intermitente, tosse um pouco produtiva e dor abdominal. A pediatra plantonista faz os exames básicos de rotina: garganta, ouvido, ausculta os pulmões e após tamborilar os dedos sobre a barriga da criança, diagnostica:
—Olha mãe, essa barriguinha está um “pandeiro”...é uma infecçãozinha intestinal. Bastante mamão com laranja, ok? Teve diarréia?
— Não, doutora. Aliás, como ele já esteve internado com pneumonia há pouco mais de um ano neste mesmo hospital, além de três outros começos de pneumonias tratados com antibióticos via oral, já vim preocupada com isso, inclusive, estou aplicando inalação em casa porque teve acompanhamento de pneumologista e fui orientada, e lógico, a queixa da “barriga dodói...”, pode ver que a ficha dele aqui está extensa...
—Também pensei que fosse. Pode ser que ele tenha diarréia, qualquer coisa volte.
Os pais saem meio aliviados, com uma receita de antitérmico nas mãos, mas ainda preocupados, no entanto, a médica estudou para tal e não haveriam de discordar, ela sabia o que fazia, afinal, tantas e tantas crianças atendidas diariamente naquele hospital infantil, não é? A mãe fica um pouco inculcada porque gostaria que a pediatra tivesse solicitado um raio-x do tórax do filho, mas não é ela quem deve diagnosticar, sua função é cuidar do pequeno e ficar em alerta enquanto a febre não cede. Aliás, o antitérmico prescrito nem faz tanto efeito na criança, nesse caso, a mãe já conhece o filho que tem e continua com os que controlam melhor a temperatura, além de banhos mornos. E dá-lhe mamão com laranja!
No dia seguinte, a criança ainda mais prostrada nem tem condições de ir à escola, a febre não cede, tosse e dores abdominais pioraram. A mãe conversa com o pai e decidem levá-lo a uma pediatra particular, que após saber do caminho já percorrido por eles, diz:
— Estou ouvindo estertores. Levem-no para o hospital para fazer um raio-x e, de preferência, que ele tome medicação endovenosa. Aliás, dores abdominais têm relação com problemas pulmonares.
Eles saem muito frustrados, de volta ao mesmo hospital do dia anterior, onde passam por outro pediatra que, finalmente, solicita o exame. Feito isto, novo diagnóstico:
— Vamos interná-lo, mãe. Está com pneumonia.
Mãe atônita:
— Como assim, internar? Ontem pela manhã estivemos aqui e era uma infecção intestinal! É só um começo de pneumonia, não é, doutor? Ele já teve isso outras vezes e foi o que enfatizei para a pediatra que o atendeu primeiro!
— Não, mãe. Há dois terços do pulmão direito “manchado”, medicação via oral não resolve. Temos que interná-lo mesmo.
— Como de um dia para o outro o quadro muda para pneumonia a ponto de ter que interná-lo?
Após indignar-se, a mãe aguarda os procedimentos para tal enquanto o filho queima de febre em seus braços. O sentimento de revolta toma conta de si e só aumenta porque a demora é tamanha para que a papelada fique pronta para a internação. Aqui alguns diriam: é porque se trata do SUS. Enganam-se. Era pelo convênio.
Já instalados, a técnica de enfermagem verifica que o pequeno está muito quente e sugere um banho, o que a mãe faz prontamente e acrescenta:
— Tenho antitérmico na bolsa, por acaso não o usei ainda porque aguardava que o fizessem estando aqui sob seus cuidados...
— Na verdade,o doutor é quem prescreve, mas já que é a mãe, pode fazê-lo. Ah, não podemos pegar a veia do seu filho ainda por causa da febre, pode estourar...
Era tudo o que uma mãe aflita gostaria de ouvir, não acha?
A enfermeira responsável pelo setor chega com uma prancheta na mão:
— Olá mãe, o que houve?
— O que houve? O que houve é que estive ontem pela manhã neste hospital na intenção de que fosse feito um raio-x e estava tratando da pneumonia com mamão e laranja! Estou cansada de ver médicos “comendo bola” a todo tempo. Já fizeram isso com meu esposo, com minha falecida mãe e agora com meu filho! O que está acontecendo? Faculdades de medicina demais, qualidade de menos? Estão desgostosos com os salários?
— Sabe, é complicado mesmo. Tem raio-x que num dia está limpo e no outro já apresenta manchas. – retrucou a enfermeira.
A esta altura, o pai tenta acalmar a mãe, sabe tanto quanto ela que houve erro, negligência, pouco caso ou, seja lá como queiram chamar o fato, mas não adiantou. Mesmo sem ser grosseira, a mãe dispara, põe para fora toda indignação:
— Da próxima vez exigirei a conduta do médico, procurarei segunda opinião como o fiz, contudo, se algo pior acontece, muitos dirão que os pais foram relapsos, que foi fatalidade e não quero pagar para ver. Ouço diariamente diversas histórias assim. E as vivenciei também. Chega!
Após quatro dias de internação, o pediatra libera mãe e filho, prescreve um xarope para a tosse remanescente e um vermífugo para aquela queixa de dor abdominal.


Amigos da blogosfera,
Conforme havia dito no post anterior, aqui está narrada a parte principal da situação que vivenciei semana passada com meu filho e alguns detalhes sórdidos - como puncionar a veia dele sem nenhuma psicologia ou coisa que o valha para acalmar ânimos, tanto dos pais e, principalmente, da criança - também não mencionei, mas quem passou por isso, sabe do que estou a falar...
Tenho constatado que a medicina atual é um paradoxo completo: vivemos na era da tecnologia, das descobertas fantásticas e de tantos esforços em HUMANIZAR a relação
pacientes x médicos x funcionários, e, de outro lado, aparecem coisas desse tipo pela qual passei e ouvi, hipocritamente: “graças a Deus não houve o pior... olha mãe, não precisaremos drenar o pulmão dele, está num estágio inicial, logo sara... há crianças que chegam aqui precisando desse procedimento, já pensou?”
Pensei sim, pensei comigo: se acontecer algo mais grave dirão que os pais demoraram a procurar ajuda ou, na falta dessa, jogarão a culpa no “inevitável” ou na parceira dele: a “fatalidade”.
Por essas e outras que me sinto no dever de alertar, não só os pais, como a todos nós, adultos e idosos, independente dos recursos que se tenha: ou confiamos cegamente nos médicos e no seu profissionalismo ou procuramos ouvir segundas e até terceiras opiniões sobre nossa saúde, esse bem tão precioso.
Não quero afirmar com isto que todos os profissionais da área em questão são negligentes e propensos ao erro, apesar de serem humanos antes de serem médicos, há que se procurar o melhor, aliás, todos procuramos o melhor o tempo todo, por que esperaremos menos deles? Logo deles?
Criticar apenas por criticar não é o caso, sou alguém bastante flexível, não discuto à toa, contudo, em se tratando de situações extremas como esta, em que há risco de complicações, não há quem resista, concorda?
Façamos nossa parte, sempre. Sejamos pacientes realmente “pacientes”, no melhor sentido que a palavra possa ter. Nada de tomar o remédio pela metade, ou menos que isso, esperar que só a olhadela na cara do médico já cure nossos males; nada de usar de “empurrologia”, sabe, aquela medicina em que o vizinho diz para o outro que tomou o remédio “x” e resolveu seu problema ou o remédio “y” que o farmacêutico empurra sem prescrição médica.


E, concluindo, o título do texto “comendo bola” é um termo que usei e uso algumas vezes em lugar de “comendo barriga” – pode rir! (não sei, acho estranho “comer barriga”... (rs) apesar de ser a expressão idiomática mais comumente utilizada neste sentido). Minha mãe era dessas pessoas que, quase sempre, tinha um velho ditado ou uma expressão idiomática na manga. Cresci ouvindo e herdei alguns deles. Segundo ela: “comiam bola” as pessoas que participavam dos bingos em quermesses e, distraídas, deixavam de ouvir um número “cantado” que aparecia naquela bolinha extraída do globo giratório.
Fonte de imagens: Google

sexta-feira, 27 de março de 2009

SELOS E MEMES! UHU!!!

Queridos amigos,


não me esqueci de vocês, oh, não! Infelizmente fiquei fora por mais de uma semana com meu baby internado, acometido por uma pneumonia, graças a Deus está tudo bem agora, mas hei de comentar num próximo post essa experiência e levantar alguns pontos.


Por ora, deixarei de fazer minha reflexão como de costume nos finais de semana e, hoje, em especial, posto com gratidão os vários selos e memes que recebi carinhosamente de muitos de vocês e os compartilharei também. Quando recebi os primeiros, inclusive, até os últimos, sempre me questionei se, de fato, estaria à altura dos mesmos. Não pensem que menosprezo o que faço pensando assim! O que vem à cabeça é "um indagar constante" sobre a qualidade do que escrevo, o quanto acrescento à vida dos amigos, assim como os que indiquei muito contribuem para me fazer rir, refletir e aprender tantas coisas boas e importantes por aqui, deste modo, desejo estar retribuindo aquilo que apreendo de vocês.


Confesso que organizar os selos e memes foi tarefa árdua, principalmente porque nunca a realizei, no entanto, foi muito interessante parar um pouco e responder algumas perguntinhas, forçando-me a olhar para mim com mais atenção do que a habitual e o que, aparentemente, é brincadeira, traz em si ora ponto de exclamação, ora ponto de interrogação.


Em minhas leituras rotineiras blogs afora, li algumas coisas a respeito de selos e memes: a maioria parece gostar dessa espécie de premiação, os veteranos que já foram repetidamente escolhidos podem até se chatear, ainda assim, há os que levam a coisa a sério, outros nem tanto. Bom, fica a critério de cada um, não é? E abro um parênteses aqui para dizer que não ficarei chateada caso não aceitem, respeitarei os motivos de cada um. O que para mim é uma primeira vez cheia de novas sensações, para outros há muito mais tempo nessa estrada da blogagem compreendo que já se tornou corriqueiro, portanto, o impacto é outro.
Ao meu ver é algo muito bacana e feito com o intento de premiar, identificar, louvar, integrar e interagir os blogueiros. Para mim, soou como uma espécie de condecorações.
Valeu galerinha!!! Aproveito para desejar a todos um EXCELENTE FINAL DE SEMANA!



A Cris do blog Cristiane Marino presenteou-me primeiramente com esse. Claro que a sobrinha não deixaria sua tia aqui a ver navios, né? rs...Obrigada sobrinhamiga! E devo acrescentar que não é proteção, hein! (rs).
Essa menina faz tudo com muita sinceridade e critério.
O selo acompanha alguns passos a serem seguidos:1) Escrever uma lista com oito coisas que sonhamos fazer antes de morrer;2) Convidar oito parceiras(os) de blogs amigos para também responder;3) Comentar no blog de quem convidou;4) Comentar no blog de nossos(as) convidados(as) para que saibam da convocação.

Respostas:
1)Ter outro baby; viajar pelo Brasil (conhecer pontos turísticos das grandes cidades); viajar pela Europa; construir uma área de lazer bem bacana em casa, com direito a parque infantil; manter uma horta viçosa de temperos; manter um jardim florido (tô querendo virar jardineira ou paisagista? rs...); perder o trauma e aprender a dirigir (não chega a ser sonho e sim uma necessidade); oferecer a melhor educação ao meu baby.

2)Convido: Michelle (Carrossel da aprendizagem); Tita (ScriptuS); Marcelo (Abrazar la vida); Valdeir (Ponderantes);Esther (Esterança); Luma Rosa (Luz de Luma); Quasímodo (Letras da Torre) e Elaine (Profe Elaine).


Cáh! do blog Vivendo Intensamente, uma fofa, logo que me conheceu já presenteou o Viraletras, deixando-me felicíssima.

Regras:
1-Exiba A Imagem Do Selo Laranja Que Você Acabou de Ganhar!
2-Poste O Link Do Blog Que Te Indicou.
3-Indique blogs Criativos
4-Escreva 4 Formas Que Você Usa Para Expressar Sua Criatividade.

Comunicando/informando, trocando ideias (pela fala ou escrita), escrevendo, blogando(rs) – alguns dirão: eita, é tudo a mesma coisa! Semanticamente, não mesmo!

Sinceramente, são maravilhosas as várias formas de arte e sei apreciá-las: música, dança, pintura, artesanato, fotografia, poesia, etc., porém, tirando este a que me dedico com carinho e esmero, não nasci com dom para nenhuma delas (até arrisco, às vezes...rs).

Blogs indicados: Marcelo (Abrazar la vida); Krika (Projetos e ideias); Cris (Cristiane Marino); Bruno (Aprendiz de Escritor) e Tita (ScriptuS)



Cris ofereceu mais este e confesso: como é difícil descrever seus próprios defeitos! Aposto que quem me conhece os enumeraria rapidinho...kkkkk!
Meme dos 7 pecados Capitais
As regrinhas básicas do meme:- Citar em que situações você se enquadra em cada um dos pecados capitais.- Publicar suas respostas no blog.- Passar para 8 blogs.- Avisar e Linkar os blogs escolhidos.

Vaidade ( procuro exibir minha habilidade com a fala e a escrita quando fico mais próxima das pessoas)
Inveja (sinceramente, não costumo cultivá-la, talvez quando outras amizades “roubam” a atenção das minhas – ciúmes?)
Ira (quando me sinto muito subestimada, quando estou na TPM...rs)
Preguiça (de fazer todo dia o serviço doméstico do mesmo modo e nada ficar no lugar ou limpo por muito tempo...ui, ai...)
Avareza (também não curto ser assim, eventualmente, sei lá...emprestar meus livros e filmes para quem” finge” que vai fazer bom uso deles)
Gula (massas: Ai! Me acabo na lasanha, macarronada, pizza...tristeza!rs)
Luxúria (Estou pensando numa e depois conto, tá?kkkk!)


Blogs indicados: Cáh! (Vivendo Intensamente); Vanessa (Fio de Ariadne); Diego?Glommer? (Soluço Mental); Leonor (Na dança das palavras); Haviany (Escritos); Krika (Projetos e ideias); Quasímodo (Letras da Torre) e Tita (ScriptuS).






Elaine do Profe Elaine e Tita do ScriptuS presentearam a mim com este selo, segundo informações é um dos selos de peso na blogosfera. Que responsa! Obrigada, de coração.

Este selo tem a intenção de promover uma rede entre os blogueiros.O premiado deve, portanto, seguir essas instruções:1)Deve exibir a imagem em seu blog;2)Deve linkar o blog pelo qual você recebeu a indicação;3)Escolher outros 15 blogs a quem entregar o Prêmio Dardos;4)Avisar os escolhidos.

Escolhidos:
Ivany (Compondo o olhar); Quasímodo (Letras da Torre); Bruno (Aprendiz de escritor); Michelle (Carrossel da Aprendizagem); Esther (Esterança); Marcelo Moraes (Abrazar la vida); Cris (Cristiane Marino); Haviany (Escritos); Marcelo Maluf (Labirintos no sótão); Luma Rosa (Luz de Luma); Leonor (Na dança das palavras); Valdeir (Ponderantes); Diego?Glommer? (Soluço Mental); Cáh! (Vivendo intensamente) e Olga (ABCDLetras).


Cris do blog Cristiane Marino e a Tita do blog ScriptuS indicaram o Viraletras para este selinho que inflou meu ego...rs. Bjins meninas! Com certeza prezo pela qualidade sim.
Indico para: Elaine (Profe Elaine) ;Valdeir (Ponderantes); Michelle (Carrossel da Aprendizagem); Marcelo (Abrazar la vida) e Esther (Esterança).






Cáh! ofereceu este selinho também e para entrar na roda do que "toda mulher gosta" fiquei numa "saia justa" para responder as perguntinhas...kkkk! Bjins linda! Obrigada!

Esse selo tem algumas regrinhas. São elas:
* Escrever 7 segredinhos seus de beleza;
* Convidar 7 parceiras de blogs amigos para responder;
* Comentar no blog de quem nos convidou;
* Comentar no blog dos nossos (as) convidados (as), para que saibam da “convocação";
* Linkar o blog que te convidou, no seu blog (no post em que você responder as perguntinhas) e mencionar as regras.

Ai, que complicado revelar 7 segredinhos de beleza já que não sou afeita aos mesmos! Digo em relação aos que tem a ver diretamente com a beleza estética, porém, faço o seguinte: alimentação saudável é primordial para mim (muita fruta, legumes e verduras. Adoro isso tudo!); compressas geladas de chá de camomila, de vez em quando, para amenizar olheiras; ginástica laboral ou alongamento (na verdade esse é mais para evitar LER/DORT, mas tenho colegas que preferem evitar a própria GL? E beleza não tem que, necessariamente, estar ligada à plástica, mas essencialmente à saúde, seja mental ou física também); ainda que raramente, tirar uma soneca quando a mente não aguenta mais a tensão do dia; tomar sucos naturais ao invés de refrigerantes, e muita água; manter o bom humor a todo custo, especialmente no meu ambiente de trabalho onde há um desgaste de energia constante e, por fim, ler! (esse aqui se não for o mais importante e melhor deles, não digo nada! Produz uma beleza que não se mostra evidente e creio ser a maior de todas!).

7 parceiras indicadas: Michelle (Carrossel da Aprendizagem); Luma Rosa (Luz de Luma); Esther (Esterança); Krika (Projetos e Ideias); Haviany (Escritos); Leonor (Na dança das palavras) e Vanessa (Fio de Ariadne).
CALMA LÁ! PENSAM QUE ACABOU? NÃNÃNINANÃO!!!hehe!!! TEM MAIS!!!EBA!!!
A Letícia do blog ScriptuS - contos, poesias e fotos presenteou-me com três lindos selos: Manifesto Jovens que Pensam; Este Blog é Inteligente e Campanha da Amizade. Fiquei lisonjeadíssima, Tita! Obrigada pela confiança e consideração desde o início!
Abaixo de cada um fiz as indicações.



Ofereço para: Diego?Glommer? (Soluço Mental); Luma Rosa (Luz de Luma); Marcelo Maluf (Labirintos no sótão)


Ofereço para:Elaine (Profe Elaine) ;Valdeir (Ponderantes); Marcelo Moraes (Abrazar la vida); Michelle (Carrossel da Aprendizagem).



Ofereço para: Esther (Esterança); Valdeir (Ponderantes); Quasímodo (Letras da Torre); Cáh! (Vivendo Intensamente); Elaine (Profe Elaine) e Marcelo (Abrazar la vida).

terça-feira, 17 de março de 2009

JUSTIFICATIVA AOS AMIGOS DA BLOGOSFERA

Queridos amigos da blogosfera,


nestes 17 dias tenho me divertido, me emocionado, me questionado, me indignado e tantos -ados que ficaria monótono citá-los todos. Leio, descubro, seleciono, aprendo... invento, reescrevo, transcrevo, descrevo...vivo!


Uma construção contínua, complicada às vezes, muito simples outras, mas, uma construção, tijolinho por tijolinho. E, se o cronograma não foi bem traçado, olha o atraso à vista! Aconteceu comigo e por isso, numa conversa séria com o arquiteto (rs), colocamos algumas coisas em dia que estávamos deixando a desejar: minhas respostas acerca dos comentários que recebi. Neste ponto tenho a dizer que os li integralmente com grande alegria, um a um, tão logo tive oportunidade de recebê-los, e, ao embrenhar-me blogosfera adentro, me perdia, me perdi? Creio estar me encontrando. Aos que aqui estiveram, se quiserem, vejam que dialoguei novamente, de modo mais direto com cada um dos amigos, em cada comentário deixado, digo "novamente" porque algumas das coisas foram ditas em seus blogs. Aos que continuam e continuarão, agradeço o carinho, àqueles que estão por vir, sejam bem-vindos!
Avante! Mãos à obra!















Fonte das imagens: Google

segunda-feira, 16 de março de 2009

Mãe, esse é especialmente para você!

Mãe, quanta saudade!

Se estivesses conosco... hoje comemoraríamos seis décadas da sua existência, te tornarias uma sexagenária! Embora você não quisesse admitir que ainda eras jovem, sim, eras! Digo porque vejo mães de amigas, de outras tantas pessoas já com seus 65, 70, 75 e até 80! As invejo por um breve instante nesse pensamento e, nem tanto, pois bem sei que cada qual tem seu tempo, uns mais, outros menos. Completaram-se quatro meses no último dia 06 que partiste deste mundo, que foste embora desse plano, que consumaste tua dor, teu sofrimento e, deixaste um pouco de si para trás. Deixaste três filhos e cinco netos, teu legado.

E ao invés de festa de aniversário, com bolo e guaraná, algo que já nos parece tão banal quando vivenciamos tal evento ano após ano, temos hoje uma festa às avessas, do tipo introspectiva, do tipo telepática, sem abraços, sem beijinhos, sem presentes.

É uma saudade corrosiva, que tem função primeira nos mostrar quão humanos, quão efêmeros somos, hoje aqui, amanhã...

Sabedoria é o que supliquei desde o turbilhão que levou de vez teu sossego, é o que continuo a pedir a Deus para derramar estas lágrimas com dignidade... não me penalizo com isso, só transbordo um sentimento que mais parece uma goteira contínua em dia de chuva grossa, batendo sobre nossos corações, feito aquele dia em que a velamos, em que presenciamos seu último suspiro.

Não estou triste pelo inevitável da vida, não choro porque nos deixaste, todos deixaremos alguém e seremos deixados, é assim que as coisas seguem seu curso natural, não é? Sei também que há algo além do horizonte, lá longe, onde a vista não alcança nem com o melhor binóculo já produzido pelo homem...

Essa tristeza é um pouco daquilo que ouvi e presenciei da sua existência, tão árdua desde a infância: criada na lavoura, sob o sol quente, abandonada pela própria mãe, à mercê de um pai durão com quatro filhos à tira-colo, te tornaste mãe de seus irmãos antes mesmo que pudesses saber quem eras e à que vinhas, foste doméstica na juventude, encontraste o amor, enfim? Talvez...contudo, a desordem do primeiro e imaturo casamento de um jovem taxista a fizeram refém de um conturbado relacionamento, que perdurou por vinte e dois anos, do qual, cá estou a falar do alto de minha primogenitura.

E hoje, mais do que ontem, tenho o que comemorar, embora sob o aparente inconformismo, dessa tua trajetória: sou filha de alguém que, apesar das tristezas contidas nestas breves linhas narrando quase uma vida toda, soube aproveitar as entrelinhas dos teus exemplos!
Em resposta ao que perguntou, sentada conosco à mesa, quando havia uma tênue linha entre a vida e a morte naqueles seus olhos, já sem brilho, já entregues ao que viria por fim: o que estou a fazer neste mundo? Só pude dizer: mãe, não cabe à mim responder se vives por nós, por seus netos ou por outra coisa qualquer, descubra dentro de você mesma...cada um de nós precisa encontrar essa resposta dentro de si.
Lembras do que te disse: mãe, eu e meus irmãos, te amamos! Cada qual à sua maneira...assim, como cada um de nós tem aprendido a conviver com esse sentimento novo...saudade!
Nair C. de Souza: In memoriam

sexta-feira, 13 de março de 2009

REFLEXÃO - Drauzio Varella

Novamente sexta-feira, novamente "oooooobaaa!". E, para dar um "up" no nosso final de semana (que já começou), proponho sempre uma leitura reflexiva e, com ela, espero melhorar gestos e pequenas atitudes diárias, assim, tão simples. Procurar pela "porta do lado" não significa fraqueza ou mesmo "idiotice" em ceder. Nossa convivência já é difícil por si só, por que complicá-la, por que turrar? Sou daquelas que dou um boi para não entrar na briga e uma boiada para não sair, mas, se puder prezar pela harmonia, tanto melhor! É um exercício que devemos aperfeiçoar sempre: tolerância. (repito: TOLERÂNCIA, não impulsividade!).
TENHAMOS UM ÓTIMO FINAL DE SEMANA!

"A PORTA DO LADO" por Drauzio Varella

Em entrevista dada pelo médico Drauzio Varella, disse ele que a gente tem um nível de exigência absurdo em relação à vida, que queremos que absolutamente tudo dê certo, e que, às vezes, por aborrecimentos mínimos, somos capazes de passar um dia inteiro de cara amarrada.E aí ele deu um exemplo trivial, que acontece todo dia na vida da gente. É quando um vizinho estaciona o carro muito encostado ao seu na garagem (ou pode ser na vaga do estacionamento do shopping). Em vez de simplesmente entrar pela outra porta, sair com o carro e tratar da sua vida, você bufa, pragueja, esperneia e estraga o que resta do seu dia. Eu acho que esta história de dois carros alinhados, impedindo a abertura da porta do motorista, é um bom exemplo do que torna a vida de algumas pessoas melhor, e de outras, pior. Tem gente que tem a vida muito parecida com a de seus amigos, mas não entende por que eles parecem ser tão mais felizes. Será que nada dá errado para eles? Dá aos montes.Só que, para eles, entrar pela porta do lado, uma vez ou outra, não faz a menor diferença. O que não falta neste mundo é gente que se acha o último biscoito do pacote. Que "audácia" contrariá-los! São aqueles que nunca ouviram falar em saídas de emergência: fincam o pé, compram briga e não deixam barato.Alguém aí falou em complexo de perseguição? Justamente. O mundo versus eles.Eu entro muito pela outra porta, e às vezes saio por ela também. É incômodo, tem um freio de mão no meio do caminho, mas é um problema solúvel. E como esse, a maioria dos nossos problemões podem ser resolvidos assim, rapidinho. Basta um telefonema, um e-mail,um pedido de desculpas, um deixar barato.
Eu ando deixando de graça, para ser sincero.
Vinte e quatro horas têm sido pouco para tudo o que eu tenho que fazer, então não vou perder ainda mais tempo ficando mal-humorado.Se eu procurar, vou encontrar dezenas de situações irritantes e gente idem, pilhas de pessoas que vão atrasar meu dia. Então eu uso a "porta do lado" e vou tratar do que é importante de fato. Eis a chave do mistério, a fórmula da felicidade, o elixir do bom humor, a razão porque parece que tão pouca coisa na vida dos outros dá errado.
Fonte da imagem: Google

quarta-feira, 11 de março de 2009

Participei, partilhei, adorei...

Tenho um agradecimento especial e particular para a Esther, pois, juntamente com a Cris, esta que foi a primeira a me motivar e aquela que ofereceu seu apoio incondicional nesse caminho da blogagem.E eu, que mal tinha adentrado a blogosfera, cheia de dúvidas e curiosidades, deparei-me com esse desafio e logo encontrei palavras de amizade e carinho. Linda foi a experiência e a gratidão que recebi de você Esther, por isso venho aqui retribuir com simplicidade.E com orgulho posso dizer, juntamente dos outros tantos blogs inseridos:


A imagem ficou muito interessante e nos remete a algumas ideias: pessoas bradando por justiça e igualdade, por inclusão? Todas juntas no ninho, feito pássaros que acabaram de sair da casca e vislumbram um mundo novo? Desejam alçar voos? Como os outros os acolherão fora do ninho? E, para não deixar de citar: "uma andorinha só não faz verão..."
Essas e outras questões foram discutidas das mais variadas maneiras por tantas pessoas e, apesar de estarmos ainda no plano filosófico, grandes feitos começam de pequenos gestos e boa vontade daqueles que não se intimidam e sabem que, mais dia, menos dia, as coisas podem e devem ser diferentes, até porque todos somos desta forma: "diferentes", porém, necessário se faz vivermos "no ninho Terra" de modo justo e saudável.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Blogagem Coletiva - Inclusão Social

Assunto vasto esse da inclusão social... a princípio pensei escrever algo especificamente sobre o âmbito escolar, afinal, a escola é o meio mais eficaz formador de ideias e opiniões, é ali que encontramos professores e livros abertos ao conhecimento dinâmico e fomentador, é na escola que nos deparamos com o diferente, com o heterogêneo, com os preconceitos e tudo mais, ali também podemos debater e mudar pensamentos e atitudes, contando, claro, com o apoio de todos que estão inseridos direta ou indiretamente nessa realidade. Daí me perguntei: e quem não tem ou teve esse espaço de descobertas, feito sob medida para educar, o que faz nesse mundão de meu Deus? Ah! Como bons brasileiros que somos, logo descobri algo que me chamou a atenção e respondeu à pergunta que não calava. Embora não saibamos ou talvez, até ouçamos e deixemos de lado como algo menos importante, a educação apreendida fora dos bancos escolares acontece e inclui as pessoas proporcionando uma "dignidade" que, nem sempre têm tal acesso. Lembrei de uma avozinha na classe de alfabetização de adultos, junto da neta de 7 anos, uma ensinando a outra: isso me comoveu e, hoje, ao abordar assunto tão sério como o da inclusão social, senti-me egoísta tratar somente do que está dentro dos portões da escola. Não me entenda mal! Aliás, conteúdo esclarecedor e detalhado consta nesse link para quem quiser saber mais:http://www.redebrasil.tv.br/salto/boletins2002/ede/edetxt1.htm
Sou defensora de um país que valorize a classe dos professores e se empenhe muito, mas, muito mais mesmo para ter educação de melhor qualidade em todas as esferas, especialmente, incluindo as PPD (pessoas portadoras de deficiência - seja física, auditiva, visual ou mental), afinal, de dentro das escolas devemos esperar pessoas melhores. E, sob este ponto de vista, devo entender que, quanto menos favorecidos, mais dificuldades encontrarão, tanto sócio quanto economicamente, aqueles que, diferentes de você e eu, não puderam sentar num banco escolar e, ao contrário do que possa parecer, essas pessoas têm muita sabedoria no seu jeito peculiar de conduzir a vida, sendo incluídas por seus valores culturais por outras que aprenderam no banco escolar a dar importância às coisas singelas que poderiam passar despercebidas.
Em poucos minutos a gente consegue abstrair uma alegria de viver, como a dona Valdênia mesma diz: "e cantar no palco, no meio dos colegas, pra mim é uma formatura..." veja:



http://www.youtube.com/watch?v=xhT6OOejWZc
Vídeo gravado no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, como parte do projeto "Memória dos Brasileiros", desenvolvido pelo Museu da Pessoa.
CRÉDITOS
Imagens: Eduardo Barros e Rafael Buosi;
Edição: Eduardo Barros;
Pesquisa e Entrevista: Thiago Majolo, Cláudia Leonor,
Winny Choe e Antônia Domingues;
Coordenação: Cláudia Leonor;
Produção: Sérgio Milleto.

domingo, 8 de março de 2009

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - 08 DE MARÇO

Não levo jeito para ser feminista e não concordo com os extremos, tudo que é extremado corre o sério risco de ser "amado" ou "odiado" por completo, também não estou aqui fazendo o papel do "morno", longe disso! Acredito que como todos nós (homens e mulheres), estou em busca do que é verdadeiro. O que quero dizer é que, embora a verdade seja única, feito prisma ela pode também ser usada de modo a prejudicar proporcionalmente na medida em que ajudar, compreende? Neste ponto lembrei de um texto que há pouco li em Projetos e Ideias, intitulado "Os cegos e o elefante" acerca da verdade, muito interessante e vem a calhar com esse pensamento. Outra coisa, ao sermos homenageadas não devemos nos sentir num pedestal feito mártires ou santas, somos seres de carne e osso, sujeitos ao erro e também ao acertos desta vida, portanto, neste momento devo agradecer aos que estão próximos a mim por proporcionarem felicidade ao meu dia tão especial, pois é, se não fosse meu marido fazer o almoço de hoje e meu filho ceder sua diversão nos joguinhos da net, certamente eu não teria esse tempo precioso para compartilhar essa data. Obrigada meus lindos! Amo vocês!


Deixo duas mensagens que nos homenageiam de modos diferentes: uma que exalta e outra que faz refletir nossa condição atual.









M de ser Mulher

Seus Malabarismos Mágicos Manipulam Marionetes.
Meninas, Mães, Madres, Marquesas e Ministras.
Madalenas ou Marias, Marinas ou Madonas.
Elas são Manhãs e Madrugadas, Mártires e Massacradas.
Mas sempre Maravilhosas, essas Moças Melindrosas.
Mergulham em Mares e Madrepérolas, em Margaridas e Miosótis.
E são Marinheiras, Mineiras, Magnéticas e Magníficas.
Mimam Mascotes, Multiplicam Memórias
e Milhares de Momentos Marcam suas Mudanças.
Momentâneas ou Milenares, Mudas ou Murmurantes,
Multicoloridas ou Monocromáticas, Megalomaníacas ou Modestas,

Musculosas, Maliciosas, Maquiadoras, Maquinistas,
Manicures, Maiores, Menores, Madrastas, Madrinhas,
Manhosas, Maduras, Molecas, Melodiosas, Modernas, Magrinhas.
São Músicas, Misturas, Mármore e Minério.
Merecem Mundos e não Milagres.
Merecem Medalhas. São Monumentos em Movimento.
Esses Milhões de Mulheres Maiúsculas.

Mulher Muitos Mundos a se Misturarem e a Manifestarem o que é Maior.



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Poema: autor desconhecido (caso alguém saiba, avise-me, ok?)




Desabafo de uma mulher moderna



São 7h. O despertador canta de galo e eu não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede. Estou tão cansada, não queria ter que trabalhar hoje. Quero ficar em casa, cozinhando, ouvindo música, cantarolando, até.Se tivesse filhos, gastaria a manhã brincando com eles, se tivesse cachorro, passeando pelas redondezas. Aquário? Olhando os peixinhos nadarem. Espaço? Fazendo alongamento. Leite condensado? Brigadeiro...Tudo menos sair da cama, engatar uma primeira e colocar o cérebro pra funcionar.Gostaria de saber quem foi à mentecapta, a matriz das feministas que teve a infeliz idéia de reivindicar direitos à mulher e por que ela fez isso conosco, que nascemos depois dela.Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós, elas passavam o dia a bordar, trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos e temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando as crianças, freqüentando saraus, a vida era um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária.Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã nem tão pouco de espartilho, e contamina várias outras rebeldes inconseqüentes com idéias mirabolantes sobre "vamos conquistar o nosso espaço". Que espaço, minha filha?Você já tinha a casa inteira, o bairro todo, o mundo aos seus pés. Detinha o domínio completo sobre os homens, eles dependiam de você para comer, vestir, e se exibir para os amigos, que raio de direitos requerer?Agora eles estão aí, todos confusos, não sabem mais que papéis desempenhar na sociedade, fugindo de nós como o diabo foge da cruz.Essa brincadeira de vocês acabou é nos enchendo de deveres, isso sim. E nos lançando no calabouço da solteirice aguda.Antigamente, os casamentos duravam para sempre, tripla jornada era coisa do Bernard do vôlei - e olhe lá, porque naquela época não existia Bernard do vôlei.Por quê, me digam por quê um sexo que tinha tudo do bom e do melhor, que só precisava ser frágil, foi se meter a competir com o macharedo? Olha o tamanho do bíceps deles, e olha o tamanho do nosso. Tava na cara que isso não ia dar certo.Não agüento mais ser obrigada ao ritual diário de fazer escova, maquiar, passar hidratantes, escolher que roupa vestir, e que sapatos, acessórios usar, que perfume combina com meu humor, nem de ter que sair correndo, ficar engarrafada, correr risco de ser assaltada, morrer atropelada, passar o dia ereta na frente do computador, com o telefone no ouvido, resolvendo problemas. Somos fiscalizadas e cobradas por nós mesmas a estar sempre em forma, sem estrias, depiladas, sorridentes, cheirosas, unhas feitas, sem falar no currículo impecável, recheado de mestrados, doutorados, e especificações (uuuuufffffffaaaaa!!!!!!!)...Viramos super mulheres, continuamos a ganhar menos do que eles. Não era muito melhor ter ficado fazendo tricô na cadeira de balanço? Chega, eu quero alguém que pague as minhas contas, abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões cheios de poesia, faça serenatas na minha janela (ai, meu Deus, já são 7:30h, tenho que levantar!), e tem mais, que chegue do trabalho, sente no meu sofá, coloque os pés pra cima e diga "meu bem, me traz um café, por favor?" descobri que nasci para servir.Vocês pensam que eu tô ironizando? Tô falando sério! Estou abdicando do meu posto de mulher moderna... Troco pelo de Amélia, na boa. Alguém se habilita?


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Texto de autoria desconhecida (caso alguém saiba, avise-me, ok?)

sexta-feira, 6 de março de 2009

REFLEXÃO - Thomas Edison

Hoje é sexta-feira, a semana pode ter sido um pouco ou muito tumultuada (no meu caso fico com a segunda opção) e, por vezes, o cansaço aliado à dura rotina nos leva a ter pensamentos de desânimo, contudo, encontrei neste texto uma boa reflexão e para os que procuram na leitura o poder terapêutico, dentre tantos objetivos que ela pode alcançar, acredito estar contido nestas breves linhas. E tal como a fênix, possamos renascer das próprias cinzas cada vez que as chamas nos consumirem.
UM BOM FIM DE SEMANA PARA VOCÊ!

Thomas Edison (1847 - 1931)
Um exemplo de otimismo foi demonstrado por Thomas Edison, o gênio inventor e um inveterado otimista, pela forma como reagiu a um aparente grande infortúnio. Numa noite de 1914, seu laboratório, que valia mais de US$ 2 milhões na época e não estava no seguro, começou a se incendiar, com todos os preciosos registros de Edison em seu interior. No auge do incêndio, enquanto os bombeiros tentavam apagar o fogo, Charles, filho de Edison, freneticamente procurava o pai, que tinha o hábito de trabalhar até tarde da noite. Aliviado, ele encontrou Edison fora do laboratório, fitando serenamente a cena. O semblante de seu pai refletia o brilho das chamas e seus cabelos grisalhos esvoaçavam ao sabor da leve brisa. Charles sentiu um aperto no coração vendo o pai, com 67 anos, testemunhar o trabalho de toda uma vida ser consumido pelas cinzas. Após horas de silêncio, Edison disse a seu filho: “Existe um grande valor num desastre como este. Todos os nossos erros são queimados. Graças a Deus e podemos começar tudo de novo”. E Edison, de fato, começou de novo. Até o incêndio ele tinha passado três anos tentando inventar o toca discos. Três semanas após o desastre ele conseguiu.

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terça-feira, 3 de março de 2009

Vã preocupação

Senti um medo imenso de que tua ausência
se tornasse presente constante...

de início esperei,
a falta de notícia preenchia o desespero

o medo transformou-se em raiva
e até lembrei da reação de minha mãe:
passada uma semana da cirurgia
em que seu pneumologista, um tanto reticente
deu-lhe o diagnóstico de melanoma metastático
ela também teve medo e,

naquele dia uma explosão de fúria,
mais tarde nos confessou
era o medo das perdas...
perder a capacidade de sentir alguma alegria e motivação
perder o apetite e ainda sentir náuseas após comer

(das poucas coisas que ainda fazia com prazer até então)
de não se manter mais em pé, dignamente;
medo das dores, perda da vaidade...
perda da capacidade de falar e de se movimentar...
o câncer tomou seu corpo e sua mente
tomou nossa paz!
Fizemos o que era humanamente possível
Muitas orações, consultas, exames, medicamentos...
Por 70 dias se tornaram a sua rotina

E o medo da quimioterapia, da queda dos cabelos,
Nem houve tempo para tanto
E o medo da solidão e da ausência aumentou nela
e, em nós também...
Mesmo com todas as visitas
Pena! Embora não fosse intenção,
só reforçavam o amargor da inevitável despedida
com um aperto no peito, um nó na garganta
E com os olhos marejados
voltei a ti meus pensamentos, meu amor,
e ao nosso filho, ainda criança, que tanto de nós precisa
na sua infância tão ingênua
vã preocupação...
chegaste, enfim! Oh! Lembrei, de fato, tinhas avisado
em lugar do medo, senti uma gratidão reconfortante
em tê-lo por perto, ainda que efemeramente
e rogo a Deus que permita
envelhecer a todos nós na plenitude
que o sentimento de perda não nos persiga
nem a mim, nem a ti, nem a ele
não nos consuma, não nos mate em vida
porque descobri que,
mesmo para a morte, existe remédio...



Texto de
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domingo, 1 de março de 2009

Orquestrando as Palavras


Jovem, quem aprende a escrever
pode conquistar o mundo!
é o modo simples de fazê-lo crer
na retumbante melodia desse bumbo

entretanto, compor é outra história
preencher linhas, lacunas e entrelinhas,
transformar o corriqueiro em glória
ensinai também isto, professor, às criancinhas

fundamentalmente, ideias e sentimentos
um sacrifício que deve ser ofertado
no altar da literatura, constantemente,
nem o mais singelo tributo lha seja negado

O que seríamos sem as letras?
Sem as palavras e suas experiências?
Ideogramas, alfabetos, Braille: adentras!
Nesse mundo orquestrado por tais ciências

É clarão que corta a escuridão
Dessa falta do que dizer em voz
E do gesto inibido, preso à mão
Ei-las aqui, se expressam por nós

No teatro da sabedoria humana
Assisto a diversos espetáculos
Nenhum deles tanto me inflama
Quanto a estreia dos vernáculos!

“Entretanto, muitos escrevem
Esquecem-se de tirar proveito das palavras
E de, eventualmente, emprestá-las dos grandes poetas
Para presentear aqueles que amam
Pergunto-me então: de que vale escrever?
De que vale se não somos capazes
De colocar as letras n’outro lugar tirando-as do comum?”

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Quem sou:

Às vezes não sou, estou...
Há momentos em que “estou” quando gostaria de “ser”...
Confuso? Não!
Costumo dizer que, a partir da 4ª série, quando ainda chamava a professora de “tia (Ana)”, nutri o sonho de seguir seus passos; ter sido a sua auxiliar na sala de aula definiu o que, alguns anos adiante, eu cursaria no ensino médio: o magistério. Trabalhando no comércio durante o dia e estudando à noite não foi fácil, contudo, superava-me, infelizmente, esse sonho, tal qual ”castelo de ilusões”, começou a desmoronar ao fazer frustradas tentativas de atuar na área, tive boas e memoráveis experiências lecionando aqui e acolá, nada que me ajudasse a driblar as “provas de títulos” dos concursos e neste ponto, devo ressaltar que sempre fui do grupo de alunas rotuladas "esforçadas", "estudiosas", "inteligentes", etc., surgindo bem diante dos meus olhos o paradoxo teoria x prática.Mais adiante, amadurecida pelo vai-e-vem atrás de pré-escolas e concursos, entendi o que uma de minhas professoras do magistério dissera certo dia: este conhecimento, aqui adquirido, não servirá apenas para lecionarem, mas uma bagagem para a vida inteira, afinal, serão mães, tias e exercerão tantas outras atividades que impliquem saber lidar com as crianças, concordam?
Paralelamente, por um determinado e precioso tempo, fui catequista e participei de grupos de jovens da comunidade paroquial, o que aprimorou, de modo enorme e gratificante, quem sou.
Decidida a cursar pedagogia e insistir um pouco mais nesse sonho, conheci meu marido, ainda namorado na época, e ele, sabendo de minhas manias por leitura, escrita e a curiosidade pelas traduções de músicas, sugeriu que eu cursasse Letras e foi o que fiz, porém, ainda havia uma centelha do desejo de lecionar, quando num desses reveses da vida, que só Deus pode explicar, comecei a trabalhar com a burocracia na área da saúde e o que me sustenta até então. Não posso dizer que sou infeliz, muito contrariamente, devo dizer que essa mudança súbita e radical teve propósitos divinos.Sabe o que é conhecer a base do clamor social (saúde e educação) mais de perto? Ah! Ambos me rendem e renderam boas experiências.
Letras foi fundamental na consolidação do meu “ser”, o magistério também. Hoje sou alguém melhor, sou uma mãe mais atenta porque obtive conhecimentos que, provavelmente, noutros cursos não obteria. Aprendi muito mais do que imaginei, não só academicamente, pois, ensinar implica, antes de qualquer coisa em aprender, daí a célebre frase de Guimarães Rosa: Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende.
Por isso posso dizer que, embora não exerça o magistério como profissão o tenho feito vida afora por paixão.
E não parei de ler, de saber e escrever para, a cada dia, descobrir e reinventar esta aqui.
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A Vida

A Vida

Na água do rio que procura o mar;
No mar sem fim; na luz que nos encanta;
Na montanha que aos ares se levanta;
No céu sem raias que deslumbra o olhar;

No astro maior, na mais humilde planta;
Na voz do vento, no clarão solar;
No inseto vil, no tronco secular,
— A vida universal palpita e canta!

Vive até, no seu sono, a pedra bruta...
Tudo vive! E, alta noite, na mudez
De tudo, – essa harmonia que se escuta

Correndo os ares, na amplidão perdida,
Essa música doce, é a voz, talvez,
Da alma de tudo, celebrando a Vida!


Olavo Bilac

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