sábado, 8 de maio de 2010

Próxima parada: Maternidade! Quem embarcar não desce mais…

Definir o “ser mãe” é algo que beira o superficial quando proposto apenas em palavras. Amo as palavras, elas nos ajudam de tantos modos que não sei se conseguiria viver sem, não imagino o mundo de outra maneira, porém, dizer o que significa a maternidade é quase impossível se as palavras ditas ou escritas não se conectarem de um jeito todo especial com essa realidade. Eu digo que quero amamentar, proteger, cuidar, corrigir, amparar, educar, aconselhar, amar e tantos outros verbos repletos de bons conceitos, de  atitudes positivas, de algo maior que nós mesmas…

São palavras que ganham significado específico a partir do momento em que temos nos braços aquele pequenino ser, indefeso e ingênuo – um anjinho! Sim, bebês são anjos para mim, acredito que sejam para todas as mães, pois, naquele instante no qual se costuma dizer “agora a ficha caiu! Sou mãe! Como faço?”, existe dentro de cada mulher disposta a aceitar essa dádiva uma força propulsora que é despertada com o nascimento, até então a gravidez é um período de transições, de ansiedades, de preparo, mas, não se compara com o que acontece depois dela. Mesmo a mais consciente, a mais instruída, a mais forte das mulheres tende a se desequilibrar, a perder o chão, a temer tudo e todos quando assume tão importante papel tornando-se mãe. Milhões de dúvidas e preocupações em cada passo, entretanto, aquela criança consegue trazer paz e alegria em meio a isso! Estranho que num minuto tudo pareça caótico, especialmente quando estreamos esse papel, e no minuto seguinte as coisas encontrem seu lugar.

Gostaria de definir com palavras os sentimentos que invadem nosso ser, contudo, são tantos e tão variados que sem uma alegoria seria difícil e, nesse ponto, penso que ser mãe é embarcar numa montanha-russa readaptada! Com altos, baixos, loops, ziguezagues, trechos sinuosos, além de  muitos em linhas retas e tranquilas! Por vezes levamos sustos enormes com solavancos inesperados, e ai daquelas que não puserem o cinto de segurança! Em outras somos levadas pela emoção, soltamos os braços e gritamos, descabeladas, feito loucas! Só não enfartamos com tudo isso porque descobrimos que há trechos de calmaria nessa montanha-russa, revigorantes e até relaxantes, em que é possível sentir a brisa ao invés das rajadas de vento, e, exatamente por conta deles, nos recompomos, ajeitamos a cabeleira, respiramos fundo e nos preparamos para a próxima volta, já que sabemos, depois de algumas experiências, como é enfrentar essa viagem. Subiu? Não tem volta, hein! Tem quem queira até repetir a dose mais de uma vez! Tem quem ache o brinquedo sem graça e não queira embarcar, mas, quem pôde tem uma visão bem diferente do mundo, visto através de outros olhinhos!

Desejo a cada mamãe um dia muito feliz, aliás, muitos dias felizes! Aproveite bem o embarque!

Vamos nessa!!!Uhuuuu!!!

"A emoção de SER MÃE é uma inexplicável aventura!" Fonte da imagem: Google

sábado, 1 de maio de 2010

Trabalhador: rima melhor com labor ou com amor?

“O que eu faço é uma gota no meio de um oceano. Mas, sem ela, o oceano será menor.” – Madre Teresa de Calcutá

Creio que essa citação resume, em partes, minha visão no mundo enquanto trabalho. Noto que muita gente trabalha mecanicamente, mal se dá conta da própria importância naquele momento para determinadas pessoas e, trabalhar a contragosto ou por simples necessidade monetária sem pensar nisso é deixar uma boa parte da vida passar em branco e tristemente. Dinheiro é fundamental para a subsistência, nem sempre para preencher nossa complexa existência.

Tive alguns empregos ao longo da vida: secretária de advogado; auxiliar de escritório numa ótica, onde também exerci funções de caixa, vendedora e estoquista; auxiliar de ensino e, há quase doze anos, continuo no serviço público. Por vezes me pergunto: Será que envelhecerei fazendo a mesma coisa? Terei estômago de aço para suportar mais as dificuldades que a cada dia ganham proporções inimagináveis ao meu redor? Garanto, em cada um deles dei o melhor de mim e quando meu melhor não estava comigo, resolvia que era hora de mudar.

Comumente algumas pessoas tendem a jogar sobre o funcionalismo público (especialmente sobre aqueles que encontram pela frente!) toda sua revolta e amargura pelas dificuldades enfrentadas no dia a dia, seja culpa das autoridades ou nem sempre por isso, pode ser que naquela circunstância as coisas não tenham dado tão certo para elas e pronto! Dizem coisas que elas mesmas não gostariam de ouvir em seu ambiente de trabalho, com certeza! Há quem até volte atrás e se desculpe.  Existe, via de regra, uma depreciação generalizada do que eu e outros colegas fazem com dedicação e extrema responsabilidade; isso deve-se ao fato de uma minoria, corrupta e indiferente, muito bem remunerada, diga-se de passagem, manter-se distante da verdadeira realidade que, nós, funcionários da base, vivenciamos diariamente.

Em contrapartida, ainda que em raríssimos casos, há pessoas que reconhecem e tornam público o seu apreço por nossos esforços como foi o caso de um paciente nessa semana, que dia após dia tem comparecido para realizar curativos em seu braço; ele escreveu uma pequena carta agradecendo o carinho com que o tratamos todas as vezes em que precisou de nosso trabalho e conseguiu nos arrancar lágrimas. Deixamos a referida cartinha pendurada, como um lembrete de que vale a pena continuarmos, apesar das adversidades enfrentadas.

Todo trabalho é recheado de prós e contras, não vejo um que traga apenas benefícios, mas, a maneira como  vemos e lidamos com qualquer coisa que nos propomos realizar faz toda diferença, tanto, que deixamos transparecer aos outros: estando fatigados e desmotivados, provável que nossas feições denotem tristeza e/ou mau-humor, e, ao contrário, estando receptivos e conscientes da nossa importância, certamente, nosso semblante dirá  que podemos ser via de acesso e de bons resultados. Vejo isso na prática. Aprendi, portanto, que devo estar envolvida com o outro e com o meu trabalho, que sou também uma gota no oceano com a qual Madre Teresa se comparava, porém, que não a deixou impotente diante das mazelas humanas que enfrentava, aliás, a fez tão forte que se tornou exemplo da dignidade humana no trabalho que realizou.

Você pode pensar que seu trabalho nada vale, mas alguém pode precisar muito dele, especialmente, quando o faz com o coração!

“O que eu faço é uma gota no meio de um oceano. Mas, sem ela, o oceano será menor.”

Fonte da imagem: Google