quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O que há “DE NOVO”?

"Que surpresas nos aguardam?"Imagem: Google

Daqui a poucas horas encerraremos um ano, um ciclo de 365 dias, um espaço de tempo que comportou fracassos, derrotas, vitórias e alegrias. Imagina só quantas coisas fizemos durante 2009 e eu sei que vários de nós gostaríamos de ter feito muito mais, contudo, nada de lamentar o que já passou, o que não retorna; apenas façamos o que é esperado nessa etapa de finalização: reflitamos por um breve instante o que houve de positivo e o que houve de negativo em nossas vidas para que nos esforcemos mais no sentido de preencher as lacunas que precisam e merecem ser completadas; observe que em algumas dessas lacunas já não há espaço para nada, aliás, há as que precisam ser revisadas, repaginadas ou até destruídas totalmente porque nada acresceram “de novo” nesse trajeto.

Esse típico balanço de fim de ano, essa interessante retrospectiva particular que cada pessoa necessita fazer dentro de si é necessário e importante.

Com relação à blogosfera eu só posso dizer “foi um prazer conhecê-la!” e desejo continuar por aqui interagindo, no meu ritmo mesmo, trocando experiências com blogueiros sérios e simpáticos, cheios de boas ideias e de energias positivas! Quero agradecer a cada um daqueles que reservaram um tempinho na sua agenda e estiveram a comentar meus textos, a enviar convites de blogagens, a agradecer minha participação em projetos, enfim, a você que agora lê esse parágrafo o meu “MUITO OBRIGADA!”, assim, simples e sincero, mas, felicíssima por ter contado com seu apoio e amizade durante os nove meses de existência do Viraletras.

Não quero fazer promessas, isso lembra politicagem e os brasileiros estão saturados de tantas (feitas e não cumpridas durante anos a fio!), quero somente esforçar-me mais e manter contato, ando sumida e quem não anda nesse corre-corre? Saiba que sinto muita falta de ler e comentar textos tão inteligentes e carismáticos, tão emocionados e emocionantes, alguns cômicos e satíricos que fazem desse espaço um grande círculo de amizades e cultura!

"De nooooooovo!!! Hahahahaha!"Imagem: Google

Quem curtiu esse seriado (era uma das coisas que fazia minha falecida mãe rir muito!) deve se lembrar desse recém-chegado membro à família Dinossauro e de como ele, tão jovem e inexperiente, chegou abalando estruturas por ali. Espero que 2010 ao romper as cascas traga boas, alegres e surpreendentes novidades para todos nós!

FELIZ ANO NOVO! DE NOOOOVO!!!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Presenteados fomos nós! E Ele?

Que presente daremos ao Menino?Imagem: Stock Photo

Já ouvimos dizer: O Natal está no ar! É tempo de paz e amor!

Será?

Chegamos no último mês do ano desarvorados: Cadê os enfeites da árvore? Teremos o presépio também nesse ambiente? Quantos presentes e lembrancinhas? E os encontros entre amigos e familiares, quem passará com quem? Onde? Com que roupa? E o penteado? E as unhas por fazer? Bailes, formaturas! Ai, ai! O que teremos na ceia? E no almoço de Natal? São tantos detalhes por decidir…

Paralelamente há muitos trabalhando no comércio, em lojas e supermercados, espremidos entre os afazeres do dia a dia e os horários prolongados de vendas. Já trabalhei nessa área e não sinto falta alguma, entretanto, vi-me num sufoco desde o início de dezembro, pois, as pessoas querem pôr a saúde em dia, aproveitam as férias escolares  e do trabalho, é o tal check-up, afinal, quem quer começar o ano novo cheio de problemas com a saúde? Isso não foi privilégio meu, amigos e parentes que trabalham em outros setores também passaram pelo mesmo sentimento de “o tempo está curto demais e há tanto por fazer…”: esgotamento, cansaço, nervosismo…

O que acontece? São tantas tarefas, tantos gastos, tantas expectativas! O que há em cada Natal e o que parece vir acontecendo de novo a cada ano?

Sinceramente, não consigo entender. Somos engolidos por detalhes, coisas que tomam conta da vida nessa época! O que é isso?

Talvez sejam as esperanças se renovando e aguardamos ansiosos feito crianças pelo brinquedo novo, ou ainda, estejamos somente sendo levados pelo consumismo desenfreado e pela obrigação de fazer o que todo mundo faz. O que pode ser?

Não espero respostas prontas, só espero parar e refletir, ainda que no meio do aparente caos e sentir o “verdadeiro clima de Natal”, compreender o que, de fato, importa. E sabe de uma coisa? Meu filho, uma criança que ainda acredita em Papai Noel outro dia confrontou-me com uma tarefa da escola em que a professora perguntou à turma: o que é Natal? O que você diria para um pequeno de apenas cinco anos, em linguagem franca e adequada à pessoinha em questão?

Pensei… Pensei e finalmente veio uma luz! Disse que Papai do Céu estava muito triste com as pessoas aqui na Terra, que o mundo vivia numa bagunça só, nada fazia muito sentido e que precisavam encontrar algo melhor para continuar suas vidas, e, diante dessa situação, Deus decidiu que, ao invés de castigar, presentearia o mundo com seu bem mais precioso: seu próprio Filho! E este Menino tão especial faria uma revolução na humanidade que jamais esqueceríamos.

Pois bem, espero que não o esqueçamos! Que presente daremos ao aniversariante do dia? É uma das coisas que pode passar desapercebida nessa loucura de final de ano. Cuidemos para que esse erro imperdoável não ocorra conosco, não é?

Desejo que cada um de nós escolha bem, algo especial que não se compra em lojas, que não exige dinheiro como pagamento e que pode transformar-nos!

Tenhamos um Natal realmente feliz, ao lado de quem amamos, com o coração liberto das tristezas, das angústias, do egoísmo, do rancor, das inimizades e de tudo o que faz o mundo se tornar cinzento.

Iluminemos não só árvores e fachadas, mas, sobretudo, nossas vidas!

O que o NASCIMENTO traz consigo? Imagem: Stock Photo

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Infância ontem e hoje. E amanhã?

— Você lembra daqueles piões em madeira com os quais nossos avós e pais brincavam? Acabei de ver um numa loja de usados…

— Claro. Hoje eles ganharam luzes, sons, muitas cores e não deixaram de ser piões, mas, nossas crianças estão deixando um pouco a infância de lado…

— Será possível criança deixar de ser criança?

— O pior é que pode e está acontecendo de um jeito estranho e gradativo. Já percebeu como estão amadurecendo mais cedo? Como as meninas já se tornam pequenas moças antes do previsto? E os meninos cada vez mais ligados aos videogames e computadores?

— Não havia pensado nisso. Tem razão! Notei mesmo certas mudanças que no nosso tempo eram desconhecidas ou ignoradas, não sei dizer… Tipo essa coisa de hiperatividade e obesidade infantil, parecem mais atuais, não? A gente brincava muito na rua, não tinha essa preocupação com a violência, esse medo de deixar os filhos em contato com os outros não era constante nos pais. É, está difícil ser criança hoje em dia, é uma pena!

— Também acho. Lembrei de tantas brincadeiras de rua que fazíamos com a molecada, era muito bacana: mãe da rua colorida, três mocinhas da Europa, passa anel, balança caixão, lenço atrás, amarelinha… Quanta coisa!

— Nossa! Nem lembrava disso… E já pensou que se fazia muito com bem pouco? Diferente do que acontece com nossos filhos hoje, tão rodeados de brinquedos eletrônicos e cheios de tecnologia? Uma bola servia para futebol entre os meninos, bola-queimada para quem quisesse, vôlei com aquela corda servindo de rede… hehe! E essa mesma corda, então? Era para brincar um dia inteiro fazendo competição de quem pulasse mais modalidades, depois virava cabo de guerra. Algumas pedrinhas viravam logo “cinco Marias” para as meninas e, entre os meninos, as bolinhas de gude rendiam muitos buracos no asfalto! A ideia era reunir e se divertir, hoje não me parece a mesma coisa, talvez porque tenhamos crescido e esquecido desses momentos… sei lá!

— Mas é isso mesmo que vem acontecendo! Nossos filhos estão cada vez mais presos em casa, daí essa proliferação de brinquedos em que se brinca mais só do que acompanhado, como a Internet e seus atrativos, o realismo nas telas dos videogames, bonecas que (quase) interagem feito outra criança, falando, rindo, contando histórias… Uma loucura, não acha?

— Acho sim. Não é à toa que todos os problemas da infância estão mais evidentes, as crianças estão perdendo a essência com tanta informação, meu Deus!

— Não culpo a modernidade, acho que falta um pouco de jeitinho dos pais e até dos professores em resgatar certas coisas e aproveitar melhor os benefícios da tecnologia em favor desses baixinhos, afinal, nasceram crianças como nós e crescem com o que oferecemos, então, se não estimulamos alguns hábitos e nem despertamos a curiosidade deles para o que já existia, é certo que ficarão com o que mais atrai-los…

— Pois é… Difícil um pião de madeira competir com um outro cheio de luzes, sons e cores.

— Cheguei ao meu ponto e é o último dia que pego esse ônibus, vamos continuar essa conversa depois em outro lugar, tá bem? Tchauzinho!

— Tudo bem. Tchau! A gente se fala!

"Tempos de criança" Imagem Stock Photo

Este texto encerra minha participação no “Vou de coletivo” e o tema de novembro foi “Brinquedos – dos mais antigos aos mais recentes”. Aproveito para parafrasear o tema em questão com a despedida do projeto: todos crescemos e é preciso se despedir da infância em algum momento, dessa que contém brinquedos e brincadeiras diárias, entretanto, não é preciso perder a alegria ao fazer essa transição. Apenas mudamos. Se forem positivos, a essência e o aprendizado que decorrem do crescimento devem permanecer.

Como toda viagem, essa chegou ao fim e o projeto ficou com os bons frutos colhidos até aqui.

Transcrevo abaixo o esclarecimento de seu idealizador aos que, assim como eu, viajaram juntos dele. Até mais!

Parada obrigatória

Posted: 21 Nov 2009 03:55 PM PST

Muito obrigado a todos que embarcaram nas viagens que o coletivo fez. Foram momentos de muita criatividade, alegria e, sobretudo, momentos de nascimentos de novas amizades.

Infelizmente, meus compromissos profissionais estão tomando muito tempo e impedindo que eu me dedique mais a este blog, que visite mais os blogs participantes e que detalhe melhor as propostas de blogagens.

Assim, preferi interromper essa iniciativa a ter que continuá-la sem qualidade.

Deixo um grande abraço a todos que dedicaram tempo e carinho ao participarem das blogagens.

Muito, muito obrigado mesmo.

Murilo

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Who Wants To Live Forever?

Em março, quando estreei este humilde blog não sabia exatamente até que ponto chegaria (ainda não sei!), desde então venho (a conta-gotas) desenvolvendo, aprendendo, partilhando o que posso e satisfaço-me com cada conquista. Não almejo aumentar dígitos, embora a curiosidade os procure aqui e ali e sejam, de certo modo, consequência dessa inter-relação na blogosfera, isso não é o que me motivou inicialmente e, agora, mantenho o propósito de, simplesmente, continuar a

CRESCER

Parece algo tão banal e tão simplório, não acha? Alguns  podem dizer que isso é balela porque bem lá no fundo todos querem um lugar ao sol com direito à sala VIP, então, por que alguém se alegraria em ser apenas mais um? Eu direi…

A razão do post de hoje é, novamente, em homenagem a minha mãe. Lá se vai um ano do seu falecimento e parece que foi ontem! Mencionei-a aqui e acolá, não gostaria que o assunto se tornasse chato e recorrente, contudo, é inevitável que recorde datas e fatos tão marcantes para mim e, sobretudo, das lições que  me fizeram uma pessoa diferente (não radical nem completa!), porém, um tanto quanto destemida em relação à morte. Presenciar os últimos dias da mãe e percebê-la “abraçando o próprio fim” nessa esfera terrestre foi, inexoravelmente, doloroso e revelador. Quando meu esposo perdeu o pai há mais de 11 anos eu passei a me perguntar: quem perderá quem a seguir? A vida seguirá a linha aparentemente óbvia dos “mais velhos primeiro” ou nos surpreenderá?

De certa forma ela seguiu o curso mais ou menos esperado “os pais antes dos filhos”, não necessariamente na ordem dos mais vividos ou de idade avançada. 

Por alguns instantes custo a crer na efemeridade, mas, o fato é que não está entre nós como a conhecemos no passado, salvo as lembranças, tanto as boas quanto as ruins pululam em *nossas mentes e corações. De início sonhei com ela umas três vezes, tentei decifrar o que significava: seriam recados ou somente resquícios da memória  transitando entre o que foi e o que é? Como ter certeza?

A depender da doutrina que se segue e se acredita há respostas que acalentam e dão o impulso necessário para continuarmos a caminhada, para continuarmos a crescer, não importando que idade teremos ao findar. Um cunhado costuma dizer em nossas rodas de conversa: Quem quer morrer? Ninguém, claro. Concordo (também quero ficar velhinha e cheia de netos, bisnetos… quem sabe?) e mesmo os que procuram a morte prematura o fazem à revelia, entretanto, tanto uns quanto outros estão fadados a fechar ciclos nesta vida (nascer, balbuciar, engatinhar, andar, estudar, trabalhar,etc.,etc.,etc.) e a morte encerra todos eles. Tenho a dizer que minha mãe fechou muitos ciclos por aqui, se do jeito certo ou errado, não cabe o julgamento, alegro-me que ela tenha visto os filhos se casando e lhe dando netos e netas, que tenha deixado bons exemplos como mãe, superando alguns equivocados ou incorretos, afinal, antes que ela fosse mãe ou qualquer outra coisa, era um ser humano em busca de sonhos e ideais.

"A Luz que traz Vida convida-nos a CRESCER diariamente!"Imagem Stock Photo

E, ao contrário das muitas lágrimas que permearam meus textos há uns meses, confesso que algumas ainda permeiam - e isso só mostra o quanto não sou indiferente ao que vivo; hoje tenho a firmeza de aceitar e conviver com essa perda, em particular, pois, compreendi que mesmo ela é passageira, que os contornos da vida podem ser alterados de modo que sejamos gratos e felizes pelo que somos e temos e também pelo que fomos e tivemos, compreende?

Ofereço este vídeo aos que chegaram até aqui, com a canção que inspirou, em partes, o post de hoje. Agradeço a cada pessoa que se manteve próxima, fosse com uma palavra amiga ou mesmo em pensamento, numa oração. *Em especial, ao meu esposo, irmão e cunhada que estiveram e estão sempre presentes em momentos importantes na travessia do luto à luta!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

VIveR As LETRAS!

Quantos textos cruzam a tua vida?

Imagem Stock Photo

Não leio tudo o que gostaria, todavia, quando leio algo que atrai minha atenção procuro aprofundar, um pouco que seja, detalhar ou descrever para mim mesma como se fosse um quebra-cabeças, as peças têm que se encaixar em algum lugar e de algum jeito, caso contrário, perde a graça; ao menos é assim que vejo o hábito da leitura atualmente, não posso dizer que o fizesse deste modo na adolescência, tudo era muito mecânico (a velha decoreba!) e, talvez por isso, aliada à divisão do tempo entre família, trabalho e casa, não leia mais do que deseje hoje. Aproveito muito do que absorvo e abstraio nas leituras pela Internet, em especial pela blogosfera, isso é coisa que jamais imaginei fazer no passado, pois, as bibliotecas eram o meu único reduto de pesquisa e estudos, e não lamento por isso, pelo contrário, acredito que são locais onde a energia é outra, consequentemente, a leitura também, é muito diferente folhear livros e procurá-los pelas prateleiras – tem um gostinho diferente se comparado ao ato solitário diante da tela, sem o colorido das capas e os cheiros das páginas, aquele clima de leitura e descobertas por si é desafiador, sem a boa e prática ajudinha do Google!

Embora muitos pensem que somente matemática, química ou física “queime neurônios”, enganam-se! Ler é uma espécie de equação. Estranho, não? A mim não parece tanto, principalmente depois de refletir o hábito da leitura nos meus anos de estudo e vê-lo através das pessoas, no dia a dia, em contato com o mundo. Meu marido (cursou matemática, pois, o homem dos números! Avesso às letras – e minha recíproca é verdadeira! Contudo, trocamos sacrifícios na direção oposta também…rs) veio com uma curiosa indagação por conta de um e-mail no qual é discutida a questão do analfabetismo e não fiquei tão surpresa quando ele disse “serem qualificados como analfabetos aqueles que não interpretam textos”, diferente de uns 50 anos atrás em que o analfabeto seria alguém que tão somente não conseguisse “fazer um Ó com o fundo da garrafa” (minha mãe deixou-me por herança alguns bons e velhos ditados!).

Algumas manias particulares de leitura fundem-se também às da escrita, acredito que seja um movimento semelhante ao "na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma" (Lavoisier) porque ao utilizar recursos de pesquisa como dicionário e gramática, inclusive a Internet, além da fonte inesgotável de ideias (e prazer!) feito os livros, descubro que o impulso em ler isto ou aquilo não vem por si só (do nada!), vem atrelado a alguma necessidade ou gosto específicos, se não há nenhum interesse em ler é provável o fracasso no escrever e não estou discutindo “estilo”. Quem já não se deparou com bilhetes ou cartazes mal escritos, em que fora necessário um esclarecimento pessoal para se entender o conteúdo? Provável terem sido obras de leitores com déficit na sua alfabetização. Também tenho lacunas no aprendizado ao longo da vida, entretanto, sou da opinião que nunca é tarde para melhorar ou mesmo para começar! Quem não se encanta com histórias de conquistas por pessoas idosas? Alguns dirão que é bobagem um senil formar-se na faculdade ou recomeçar a vida após os 60 (quando muitos esperam que apenas se aposente e, silenciosamente, fique na cadeirinha de balanço sob o sol da varanda!), eu discordo e apóio os que queiram se aventurar. Tive um amigo na faculdade com seus mais de 40 anos, grande ser humano e que, apesar das dificuldades, superou e caminhou com os mais jovens, orgulhei-me em trabalhar com ele nos estudos em grupo.

Ler não é só decodificar caracteres automaticamente, ler exige mais, contudo, retribui os sacrifícios em forma de encantamento e aprendizado contínuos. Procuro ler no silêncio, barulhos tumultuam minhas ideias (e como é difícil obter silêncio com o matraquinha do meu filho! Missão praticamente impossível!), não é à toa que reduzi muito a leitura de livros do começo ao fim nesses últimos anos, tenho lido capítulos, páginas… ainda assim são leituras proveitosas, enriquecedoras. Leio para ele também, volto às raízes da infância e desejo que esse interesse natural da criança pelas histórias perdure em sua vida.

Além do silêncio, do aprofundamento, das pesquisas de apoio ao texto (dicionário, gramática), uma nova mania se fez nesta leitora, advindo do blog: linkar. Muitos já utilizam o termo como parte da rotina da rede, porém, antes de saber com exatidão e usá-lo tanto nos últimos meses, ouvia professores “linkando um texto ao outro”, “linkando parágrafos, frases, orações…” que nos serviam de exemplo nas aulas e, compreendendo que linkar era o mesmo que ligar uma coisa à outra, não fazia ideia de que na prática esse hábito me levaria a diversas leituras, o que muito tem contribuído por aqui (na vida real e na virtual!).

Este texto faz parte da blogagem mensal do “Vou de Coletivo!” sendo o tema do mês de outubro "Hábitos de leitura: quais são as suas manias na hora de ler?"

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

“Sempre fica um pouco de perfume…”

Todos tivemos e os que ainda frequentam os bancos escolares devem ter uma lista dos seus bons e maus professores e, inevitavelmente, mesmo que não gostemos de lembrar deste ou daquele, cada um compôs o mosaico de nossa carreira estudantil. Da mesma forma, para eles sempre haverá aquele “pestinha” a infernizar suas aulas, o “matraca” a disputar as atenções, outro “desligado” que parece estar sempre longe e tantos tipos característicos que bem sabemos existir entre os alunos.

Enquanto aluna fiz o tipo “muda” durante o fundamental e só no magistério é que acabei me desinibindo, já na faculdade interferia nos bons debates e mergulhava nos estudos em grupo, sugerindo e puxando os trabalhos em muitas das vezes. Do outro lado, no pouco tempo em que lecionei, fosse estagiando ou recebendo para isso, convivi com várias faixas etárias e comunicava-me bem com todas, exceto com alguns adolescentes, pois, faltava-me a experiência e a maturidade, creio que me viam como “uma deles” e isso era péssimo! O respeito e a disciplina nem sempre aconteciam de forma satisfatória, exauriam-me as forças! De qualquer maneira, essa troca fez com que eu crescesse e apreciasse ainda mais a profissão pela qual me apaixonei um dia.

E, estereótipos à parte (ou não), lembro-me de muitos professores e professoras e , provavelmente, você tenha tido alguns semelhantes: minha primeira série foi marcada por uma “tia” bastante apática e sem graça, focada apenas no be-a-bá, ao contrário da professora subsequente que elogiava e, ao mesmo tempo, ralhava pelo excesso de páginas que eu preenchia nas redações (cinco ou seis) – ainda padeço desse mal! Entre a turma chegou a ficar afastada pelo descuido com as cordas vocais, punha emoção demais nelas! No terceiro e quarto anos do fundamental as “tias” eram, respectivamente, carinhosa e dada a ter alunos auxiliares em classe.

Da 5ª a 8ª séries alguns se destacavam por detalhes interessantes: uma professora de ciências que a todos cativava; um professor de história que nos levava a passeios para universidades e outros lugares fora da sala, uma figura com seus óculos fundo de garrafa; a professora de estudos sociais revoltada com “sistemas” fazia-nos sentar em círculo para não reproduzir a hierarquização social; um de matemática que nutria amor pela disciplina e pela educação, especial, mesmo para mim que preferia as letras aos números.

No ensino médio cursei o magistério e por lá houve vários mestres e mestras direcionando futuras(os) profissionais da educação. Uma que marcou não só a mim, mas, toda turma que se defrontasse com ela, professora de metodologia do ensino da matemática, tínhamos que ler vários livros das coleções “Vivendo a Matemática” e “A descoberta da Matemática”, resumir e propor atividades, era um suplício, entretanto, aprendíamos muito! Igualmente a professora de inglês precisava recuperar tempo perdido e guiou-nos por vários títulos da “Literature for beginners”; a de Alfabetização encantava-me assim como o de Psicologia, senti por não serem disciplinas com mais horas na grade. Na faculdade, recordo alguns: o bom e idoso professor de Latim fez-me aprender sintaxe como nunca; o mesmo professor que lecionou Teoria da Literatura no primeiro ano, também lecionou Literatura Brasileira no último ano e beirava a crueldade, às vezes, tamanhas eram as suas exigências! E a minha preferida foi a professora Lídia, de Produção de Textos, e, não fossem alguns percalços e frustrações acumuladas, eu teria feito especialização na referida disciplina, quando decidi recusar a chamada. Coisas da vida! Ela também me ensinou muito, porém, meus educadores ensinaram mais!

Impossível descrever tantos outros, porém, todos deixaram suas impressões, fossem boas, outras nem tão boas assim e, mais que impressões, deixaram conhecimento e um mundo a ser explorado a quem quisesse descobri-lo.

Hoje dedico sinceros agradecimentos aos professores que fizeram parte da minha trajetória escolar, deixando um pouco de si ou mesmo muito, cabendo completar o título do post: "...nas mãos de quem oferece flores!".

Compartilharei uma leitura que surgiu daqui e foi parar ali, resumindo quão importante, inovadora e desafiadora pode ser a arte de educar.

A cabeça e o coração dos professores são as coisas mais importantes.” ALVES, RUBEM. Revista Ler & Cia. Ensino: Novos caminhos para a educação. ed.28, p.17, set/out. 2009.

blackboard

Este texto é parte da Blogagem Coletiva “Professores do Brasil” proposta pelo Valdeir do Blog Ponderantes

Fonte da imagem: Google

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Quando eu era criança…

Lembra daquela canção infantil “quando eu era neném, neném, neném, eu era assim…eu era assim…”? (gesticulávamos como se estivéssemos sendo embaladas ao colo por nossas mães) - os versos e gestos eram trocados para cada fase da vida: criança, mocinha, mulher, velhinha… e parecia apenas uma brincadeira de criança.

O interessante é que se “toda brincadeira tem seu fundo de verdade” esta é uma delas. E, conforme crescia, repeti muitos dos gestos da referida canção na prática: desde ser embalada, brincar entre as crianças da vizinhança, usar batom e salto alto… vejo-me seguindo a vida sem ter certeza se repetirei o gesto da velhinha, e é claro, espero que sim!

Nostalgia, às vezes, é bom e recomendo, o excesso vira depressão e falta de perspectiva. Não se deve viver do no passado, apenas usá-lo como base de (in)formação, reconhecimento da própria identidade e, consequentemente, provocar uma avaliação de si; positiva, se possível! Afinal, Cazuza há muito cantava que o tempo não para, então, para que viver preso sem aceitar as mudanças naturais que são impostas pela existência?

Na adolescência ouvi pessoas mais velhas dizendo que temiam a velhice e eu não compreendia a razão de temerem o inevitável, obviamente, quando nada as impede continuar sua trajetória. Hoje, mais amadurecida, entendo que a velhice não deve despertar o temor, mas sim a solidão e o enfado de uma longa caminhada vivida sem muitas alegrias e perspectivas. Portanto, o dia das crianças deve ser uma data muito mais que comercial como tantas outras, deve ser o dia de revigorar-se observando a natureza ingênua e feliz (muitas vezes sem brinquedos caros!) dos pequenos. Sinto-me rejuvenescida quando rio das pérolas que meu filho fala, ainda que, aos poucos essa inocência vá ficando pelo caminho enquanto ele cresce; quando o observo brincando sem as preocupações que a vida adulta incute em cada um, vida esta que pode ser melhor com uma ajudinha extra nossa, não é?

Ao pensar que tudo é e sempre será, ontem eu, hoje ele, amanhã meus netos e netas (quem sabe?), a nostalgia pretende invadir o espaço e é preciso dar-lhe de ombros, pois, a vida continua e as crianças são provas reais disso! São flores que enfeitam o jardim da existência humana, necessitam cuidados especiais para que não murchem, não sufoquem entre as ervas daninhas e consigam desabrochar na plenitude. Cuidemos com esmero da infância e observemos a beleza dela refletida em cada um.

Tenha um feliz dia das crianças, em paz com a criança dentro de você!

batutinhas

Fonte da imagem: Google

Do filme “Os Batutinhas” (The little Rascals)

P.S.: Se eu fosse você assistiria! Divirta-se com elas!

sábado, 10 de outubro de 2009

Restart

A pausa acabou e eu estava com saudades da blogosfera, já li algumas coisas a respeito e, de fato, quando nos envolvemos com o hábito de blogar encontramos pessoas e cultivamos um vínculo que torna essa necessidade contínua. Obviamente que cada uma dessas pessoas tem metas específicas para esse hábito, todavia, convergimos todos para um ponto em comum: interação.

Este post veio pela necessidade do meu retorno, mas também porque a ideia surgiu exatamente num desses momentos de interação em resposta ao comentário da Luma, pensei bem e descobri que blogar e pôr a casa em ordem são coisas parecidas. Duvida?

Pude organizar o que precisava, jogar fora o que já não servia mais para ninguém e doar coisas que não serviam mais a mim, entretanto, servirão para outros. E, fazendo uma ponte entre estes elementos: organizar, descartar e doar, é fato que eu me vejo, vira e mexe, fazendo o mesmo no blog (não necessariamente nesta mesma ordem! :D)

A rotina é uma coisa boa porque nos mantém seguros nos trilhos da vida, porém, viver totalmente presos a ela nos impede de elaborar novos pensamentos, tornando as atividades praticamente automatizadas e aí é que a mesmice toma conta do resto. É por isso que uma pausa, eventualmente, é necessária e benéfica para qualquer pessoa.

E, também por sugestão da Cris, dentre os últimos comentários, recordarei os melhores momentos dessa pausa, no melhor e no mais tradicional “minhas férias”…rs.

Não viajei, até gostaria, quem sabe no próximo ano ou em outra ocasião, a vida é cheia de surpresas e isso alivia a tristeza de não ter feito o que quase todos fazem nas férias. Por outro lado, fiz muito mais do que me propus e estou satisfeita, a casa está cheia de pequenas e notáveis mudanças, faz com que eu me sinta renovada, parece loucura (e pode até ser! :S), mas, mudar móveis de lugar, reorganizar prateleiras e gavetas e, sabe aquele espaço que não sabíamos como chamar? (quartinho de brinquedos, quartinho da bagunça, escritório, de tudo um pouco e até provisório/improvisado para visitas, pobres coitadas delas…kkkk! Então, recebeu um nome que, ao meu ver, ficou melhor que o indefinido “quartinho d(e)(a)… ??!” – sala de entretenimento, inclusive, cá estou, entretendo-me com o blog!

Curti a família, descansei, aliás, não quis nem ver noticiários (a gripe H1N1 se foi? A dengue começou? Só na terça-feira é que retorno ao trabalho e aí sim vou me preocupar…) e assisti a filmes bacanas, gosto dos que me causam emoção de algum modo: De porta em porta, O curioso caso de Benjamin Button e Passageiros. Há vários outros que ainda estão na espera e estou ansiosa para vê-los! Serão uma forma de prolongar o gostinho das férias no retorno ao trabalho.

E uma novidade interessante por aqui foi a reativação do nosso pequeno aquário, meu filho sempre nos pede um animalzinho de estimação, eu não sou adepta de nenhum deles, tenho medo e falta de paciência em mantê-los, sei que peixinhos não fazem exatamente a mesma relação, porém, a asma dele não combina com o pelo dos demais e minha rinite alérgica, certamente, também não combinaria, enfim, o fato é que nos afeiçoamos aos pequeninos e ficamos feito bobos os observando nadar de cá pra lá, de lá pra cá… meu filho tratou de batizá-los no mesmo dia, fiquei feliz em vê-lo encontrando o melhor nome para cada um dos seis que lhe demos. Agora é aprofundar conhecimentos em aquariofilia, afinal, precisarão de cuidados como todo ser vivo merece e, falando em cuidados, incomoda-me profundamente quando vejo cães abandonados pelas ruas, além do perigo em se deparar com um animal maltratado, mostra quão descartável ele se torna para muitos de seus donos e essa é uma pergunta que me faço quando meu filho pede um cão, gato ou coelho: qual a real necessidade e função de um bichinho na nossa vida se muitos são tratados feito “coisas”? O ser humano é estranho…

As únicas coisas que me entediaram nesse período foi não estar totalmente livre, pois, meu filho e marido tiveram aulas! Cá estava eu, ao mesmo tempo descansando e me preocupando com horários…aff! Bom, nem tudo é perfeito! Mesmo assim, minhas férias foram ótimas.

E de volta à ativa, pretendo continuar interagindo com o mundo, seja o real, seja o virtual, ambos fazem a vida prosseguir… então, prosseguirei…

caminhos-da-fazenda_1304_1024x768…se possível, encontrando e fazendo novas coisas pelo caminho aparentemente igual.

Fonte da imagem: Site Fotos e Imagens.etc.br

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Selos, Memes e…

play-pause-button-thumb

É isso mesmo que você entendeu. Darei uma PAUSA no blog, nada grave, só estamos (meu marido e eu) em férias do trabalho. Parece até um paradoxo, logo agora que tenho mais horas vagas, e embora eu não goste muito da frase “preciso dar um tempo…”, é o que farei para pôr em dia outras tantas coisinhas que vão ficando paradas e sem organização. Viajar? Quem sabe… quando marido e filho não estiverem estudando, contudo, há muitas formas de aproveitar o tempo livre em casa, aliás, na correria muitas vezes ficamos mais fora do que dentro dela.

Só não postarei, por enquanto, e para encerrar, nada melhor que presentear os amigos, concorda? Há controvérsias, alguns acham que selinhos e memes tratam-se do famoso “presente de grego” (rs), porém, eu não considero assim. Gosto e AGRADEÇO CARINHOSAMENTE AOS QUE SE LEMBRAM DE MIM! E desta vez, novamente, deixo em aberto a quem queira ou não levar os selos e memes. NO PROBLEMS, PEOPLE!

Compartilharei algumas lembranças que recebi durante os últimos meses e há muito esperavam um momento especial para saírem da caixa, estavam ali embrulhadinhas, com laços de fitas coloridas só para você!

Adiante! O caminho é um pouco longo. Persevere, pois, há boas coisas por ele!

MEME DA ESTER (do blog Esterança, foi uma das primeiras a me acompanhar, a recíproca era verdadeira e, atualmente, está afastada da blogosfera. Espero que volte porque suas palavras tinham profundidade e doçura).

1. A última pessoa com quem falou hoje: com meu baixinho

2. A última coisa que falou: filho, fecha os olhinhos (e a boquinha!) pra dormir!

3. O último pensamento: obrigada, Senhor!

4. A última pessoa com quem brigou: uma colega do trabalho, na verdade nem foi briga, só ficamos um tempinho “emburradas”(rs)

5. A última pessoa com quem se reconciliou: um amigo com quem ficamos (meu marido e eu) sem contato por quatro anos

6. A última pessoa que falou de Deus pra você: um amigo Padre, na ocasião de meu aniversário pelo Orkut

7. O último lugar que você gostaria de estar: num hospital

8. O último filme a que assistiu: Prova de fogo

9. O último livro que leu ou que está lendo: O poder da criança que ora – Stormie Omartian (esperava mais dele…rs)

10. O último presente que ganhou: buquê de rosas e uma corrente com um pingente de menininho por causa de meu aniversário (31/07)

11. A última coisa que gostaria de estar fazendo: trabalhando por ter as férias cortadas por causa de calamidade pública (gripe A H1N1)

12. O último telefonema feito ou atendido no seu celular ou telefone: com meu marido.

13. O último conselho que deu e pra quem deu: para uma sobrinha cuidar da alimentação.

14. A última vez que chorou e por quê: 07/09 escrevendo uma carta para uma tia sobre os dez meses de falecimento da mãe entre outras coisas.

15. O que faria hoje se fosse seu último dia de vida: dificílimo saber (pra não dizer impossível) mas, estando no campo hipotético: escrever algo sobre quem fui e/ou quem tentei ser, enviar aos amigos e parentes distantes – sempre acho que aquilo que gostamos de fazer marcam mais depois que partimos. Abraçar e beijar muito meu filho e marido, dizendo o quanto são importantes para mim.


esse blog mexe com meus sentidosRecebi do blog Abrazar la Vida. Obrigada, Marcelo! Adorei!

Regulamento:
1) Indicar os 10 blogs que mexem com seus sentidos:


2) Dizer 5 coisas que mexem com seus sentidos nesse momento: (como nesse momento estou em férias, algumas são coisas peculiares e outras nem tanto)

  • Escrever algo que não sai da cabeça e exige sair dela de algum jeito, forçando-me a acordar cedo mesmo sabendo que estou de férias (rs)
  • Paparicar mais o filhote e levá-lo pessoalmente à escola
  • Passear com o marido e o filho sem pressa de voltar “porque amanhã trabalhamos...” kkkk! Ótimo motivo para curtir as férias, né?
  • Organizar e mudar algumas coisas de lugar em casa (há quem diga que pessoas que precisam manter-se organizadas por fora é porque são desorganizadas por dentro, coisas de psicólogo ou psicanalista, não entendo disso, que seja! Sinto falta desse hábito, não que eu viva extremamente e minuciosamente organizada, acho que passo longe (rs), mas, procuro fazê-lo sempre que possível e, se eu preciso da organização interna pra ser feliz, o marido também compartilha desse pensamento, então, somos dois!)
  • Curtir o filhote cantando e dançando (literalmente, se exibindo pra gente! rs); se escondendo atrás da porta do banheiro na hora de escovar os dentes e dizer “só saio se você me achar, mamãe!”; chamando toda hora pra assistir um desenho com ele (e de quebra, pedindo um lanchinho pra acompanhar...esperto, né?rs);

3) Linkar quem te deu o selo e exibir no blog.

Outros dois selinhos indicados pelo Marcelo do Abrazar la Vida foram:

7 Eliane_thumb[1]

dá-me energia


Embora não hajam regras, os compartilharei com:


selo_esse_blog_me_faz_sorrir_thumb[1]Esse foi outro presente do Abrazar la Vida – blog do Marcelo e também do Ponderantes – blog do Valdeir. Estes meninos são dois grandes blogueiros e é com grande alegria que eu agradeço a indicação e a estima!

Regras:
Listar 7 coisas que te fazem sorrir e depois indicar 7 blogs para levar o selo:

Ouvir um singelo e sincero “obrigado (a)”, contrariando a constância no meu trabalho de só ouvir reclamação na maioria das vezes;

Ouvir meu baixinho que é muito carinhoso me chantageando, contrariado e bravo, usando as seguintes frases: “eu não mais te amo” e “não vou mais cuidar de você...” (claro que não rio na frente dele! (rs) Tudo muito bem conversado);

Ler posts inteligentes, bem-humorados e com bom conteúdo de quem leva a sério blogar;

Ler e responder os e-mails da Cris;

Ler um bom livro;

Assistir a um bom filme;

Ouvir uma boa música.

Meus 7 blogs indicados:

Não acabou não…calma aí!


Também do blog Ponderantes recebi mais este. Obrigada, Valdeir!

Selo blog maneiro

Quero presentear os seguintes blogs:


Outros três selinhos, não menos importantes, claro, foram da Cris, do blog Cristiane Marino. Pode até parecer “rasgação de seda”, contudo, cultivamos uma boa relação antes mesmo de nossos blogs aparecerem na blogosfera, não é mesmo, Cris? Obrigada, sobrinhamiga!(rs)

Indico para os seguintes blogs e para as respectivas blogueiras:

blog apaixonante

mulheres bem resolvidas

selo4


A Michelle do blog Carrossel da Aprendizagem fez um lindo selinho e faz bastante tempo que prometi postá-lo. Demorou, mas, aí está! Michelle, agradeço seu carinho! Também quero compartilhá-lo com alguns amigos:

blog encantado



Outro selo muito bacana dado pelo Diego do blog Soluço Mental foi este:

conectou_elaine_thumb6Diego, muito obrigada! Sinto-me à vontade de oferecê-lo especialmente para um blog que trata de um assunto que deve (ou deveria) interessar a muitos de nós na blogosfera: Conversa de Português.


Mais um, mais um…(rs). Adoro!

Este veio da Ivany - blog Compondo o Olhar… e do Valdemir – blog Valdemir ReisSELO AMIZADE VALDEMIREIS OKOKAos dois amigos da blogosfera, agradeço o gesto de amizade que é necessário para que nos encontremos cada dia mais (conosco e com os outros).

E, para concluir, este último é uma lembrança da minha participação junto de outros blogs na empreitada dos “Encontros e Desencontros”. Não é sempre que consigo, todavia, gosto de dar minha contribuição, além do que, é um exercício no qual me esforço no intuito de melhorar sempre, então, por que não?

encon3

Bjins e até mais!

Fonte da imagem no início deste post: Google

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Ué! Cadê você? Vou citá-lo de qualquer jeito...

Sabe de uma coisa? Acho melhor sair da frente desse micro e deitar na minha caminha confortável…

Deixa eu espreguiçar os braços, meu ombro direito está me matando, as dores nas costas nem digo…eu já devia ter me deitado há mais de duas horas e ainda estou aqui procurando algo que nem sei direito o que é. Tem razão alguém que disse para navegar na Internet, mas, não se afogar nela… devo estar me afogando desse jeito, melhor dormir agora mesmo porque meus olhos pesaram, meu raciocínio ficou mais lento e já nem sei o que os dedos estão digitando, estão meio automatizados…teclado e mouse, mouse e teclado… o cérebro organiza algumas ideias vagas e lá se vão os dedos executando, porventura, se os olhos não gostarem do que leram, lá se vão os dedos novamente deletando, digitando, incansáveis operários… só eu é que não aguento mais, preciso do descanso…

Aahhh! Nossa, que bocejo! Quase engulo o monitor desse jeito…kkkk! Ainda tenho algum reflexo para rir…ahhhhhh! Isso tá piorando…num disse? Já tô escrevendo do jeito que falo, cortando sílabas…ai, ai...

precifgg6y6y7h894ufdaufy7tyEJEU89UAHAU7jdfkjauç139u89e8edfdjjajjfoiearuaenchuyeurqekjhds

Que isso? Caramba! Devo ter “pescado”…

Jô, vai dormir, vai! Olha o estrago, caindo com a cara no teclado! Que horror! É quase doentio ficar pregada assim sem arredar o pé (e o resto do corpo!) dessa cadeira.

Calma! Já saio… só queria terminar o raciocínio sobre o tema do Vou de Coletivo, sempre perco algumas boas coisas pelo caminho e depois fico tentando reavivar a memória e nada! Isso me irrita! As ideias bem podiam pular do cérebro para a tela sem ter que organizá-las uma a uma, não acha? Saírem prontinhas, que tal?

Uau! Seria uma revolução, mas, que graça teria depois disso? Não é o pensar e o criar que impulsionam nossa inteligência? Seria tudo muito simples e nós sabemos quão complexa é a raça humana. Se se vive entediado tendo tanto para pensar e ordenar, sem ter o que pensar então…discordo dessa ideia! Melhor deixar do jeito que está.

Espera aí! Que estranho… pensei que estivesse dormindo, mas, vejo que estou bem alerta e quem é que está conversando comigo? Eu sei que tem alguém falando, não enlouqueci, pelo menos até onde sei… Pensei que coisas assim só acontecessem em filme ou novela! Vejo que já terminei meu texto, nem lembro de que jeito fiz isso… será que prestou? Nem reli…

É eu sei! Se você contar vão rir da tua cara! Melhor ficar quietinha e guardar em segredo… Eu posso rir porque muita gente leva esse susto quando converso com elas, algumas enlouqueceram depois disso…kkkk! Espero que não seja o seu caso… Ah! Eu dei uma ajudinha no texto também.

Que engraçadinho, hein! Tem um senso de humor até em horas assim? Estou aqui procurando lógica no que está acontecendo e você só faz piorar?

Principalmente nessas horas, oras! Vocês é que vivem estressadinhos por aí, por aqui eu me divirto muito, percorro muitos caminhos e ideias, vejo gente de todas as raças e culturas e, sempre que elas concordam em aprender algo novo, entro em cena e apareço! Nem sempre do jeito que apareci aqui hoje, isso, na verdade, é raríssimo, dê-se por privilegiada, hein! Hehe!

Hehe pra você também!

Ui, que mau humor! Eu tentando ajudar e você nem agradece? Quanta ingratidão! Pois fique sabendo que este texto só saiu graças a minha imensa colaboração, viu? Acho melhor eu me mandar, já vi que não sou bem-vindo.

Desculpe! Sabe, tem razão… essa ingratidão não é do meu feitio, só entenda que ainda estou confusa, tudo que é desconhecido causa uma certa estranheza, não causa?

Tá, tá… vou relevar só desta vez, aliás, todos têm esse momento quando se encontram comigo, já estava em tempo de ter me acostumado… olha só, faz horas que eu estou zanzando pra lá e pra cá, agora é minha vez de dizer que preciso descansar. Gostei de você… é bacana! Que tal um novo encontro? Temos coisas em comum, sei que estou para visitar outras pessoas, inclusive, tenho uma lista interminável pendente, mas, posso dar uma escapadinha e aparecer de repente, que acha?

De acordo. E a propósito, obrigada por ter me ajudado a escrever, achei que não fosse terminar com tanto sono, aliás, qual nome devo citar na fonte do texto?

Amor, acorda! Vai se atrasar para o trabalho! O despertador ficou roxo de tanto tocar!

Hã?? Como assim? O que estou fazendo aqui na cama?

Eu te trouxe pra cá depois que caiu com a cara no teclado. Olha, salvei lá o seu texto do jeito que estava, depois você vê que bicho deu… na última linha tinha um amontoado de letras e números. Amor, isso nunca aconteceu antes, é para se preocupar com esse vício do blog, já falei! Não me importo que goste, mas, não exagera!

Tá bom… só preciso ver com meus próprios olhos! Tenho certeza que o texto estava terminado.

Aí, não falei? Lá vai ela de novo…

starry night - Van GoghObra “ A Noite Estrelada” de Vincent van Gogh 1889

Fonte do texto: Jô e participação especial de quem mesmo? Alguém aí pode me ajudar a descobrir?

O texto faz parte do projeto Vou de coletivo! do Murilo Hildebrand de Abreu e neste mês o tema é: Dormir aqui e amanhecer em outro lugar.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

REFLEXÃO - “A Paixão de Conhecer o Mundo”

Este é o título do primeiro livro que fui orientada a ler logo quando ingressei no Magistério na década de 90. Escrito por Madalena Freire e, não por acaso, filha do renomado educador Paulo Freire, ambos (livro, autora e pai) ampliariam meu mundo daquele momento em diante sem a menor possibilidade de volta.

Quanto conhecimento apreendi ao folheá-lo, mitos se desfizeram e quantas descobertas acerca do papel da verdadeira arte de educar! Eu, tão jovem e inexperiente, apaixonei-me mais por esse mundo, porém, ele é cruel, já diziam outros e, partindo para os braços desse desconhecido, dediquei-lhe meu coração. Amar as crianças não é suficiente, é requisito básico, depois disso, aprofundar as metodologias de ensino e transferir tudo o que se aprende na mesma proporção em que recebe ensinamentos dos pequenos é, realmente, “fazer arte” (já ouviu essa expressão antes? Mães, normalmente, a usam: “está fazendo arte, não é, menininho?”; “que arte aprontou agora?” ou “essa criança é muito arteira!”) e, para ser artista nessa vida é preciso brilhar, caso contrário, seremos figurantes, apenas mais um preenchendo o espaço vazio no cenário da vida. Eis um dos aspectos que a educadora vai abrindo ao leitor: crianças são artistas natas e lidar com tanta curiosidade e criatividade é trabalho exigente, contudo, gratificante demais.

Ler Madalena Freire naquele momento foi um misto de descobertas e de alerta às dificuldades que, certamente, viriam pelo caminho. E vieram. Na hora dos estágios e depois na busca do emprego deparei-me com situações diversas: de crianças perfumadas e com boa estrutura socioeconômica até às que cheiravam a xixi e sequer tinham piso no chão de casa, a não ser o barro batido; as primeiras tinham nutricionista elaborando cardápio semanal,as outras comiam dos alimentos da horta escolar (e esperavam ansiosas por eles!);enquanto umas transpunham dificuldades escolares com apoio psicopedagógico, aquelas outras seguiam em “turmas remanejadas” dependendo dos esforços de uma professora abnegada.

Estas e outras situações ao longo de uma busca que iniciou ainda quando criança, desgastaram-me, consumiram-me. Deparei-me com a exploração e a falta de respeito de uma diretora de pré-escola em relação às professoras novatas, jamais imaginei que pudesse sofrer e ouvir humilhações tamanhas de alguém que se comprometia com pais e crianças nessa arte de educar: a mim bastaram dois meses naquele lugar, quase deixei-me abater, quis odiar a infância (anjos de um maternal!) que nada tinha-me feito de ruim, estava transferindo a indignação de modo errado, saí de cena (e o mundo foi cruel, de fato, naquele momento), senti um alívio imenso e, por outro lado, frustração: teria eu escolhido a profissão errada por tanto tempo? Teria me equivocado e teriam se equivocado minhas mestras no curso também? Quem esqueceu de me avisar? E as boas notas, os elogios, os bons trabalhos e tudo mais, de que serviam, então? Onde estava a minha “paixão de conhecer o mundo” naquelas horas?

Como não se deve desistir na primeira dificuldade, segunda, terceira ou quarta em diante… aceitei, a convite de uma colega, lecionar inglês para crianças de 4 a 6 anos numa escola particular quando já cursava o segundo ano da faculdade. Consegui me apaixonar novamente e, após oito meses de excelente convívio com outros funcionários, professores e crianças, fui capaz de entender que a vocação não depende da opinião de uma só pessoa, ela subsiste dentro de você, apesar de forças contrárias tentando minar essa paixão. E compreendi que o mundo não é cruel, mas, uns e outros podem torná-lo assim. São pedras no caminho: tente empurrá-las dali se valer o esforço, nem sempre se consegue, há pedras que têm o desprazer de manter-se à frente entulhando seu trajeto; chute-as (precisará de bons sapatos, caso contrário, sairá machucado!) ou apenas as ignore, desvie-se e siga adiante. Sua personalidade e experiência de vida responderão por si. Naquela ocasião da pré-escola deixei a pedra para trás, talvez hoje, mais madura, teria dito umas poucas e boas, mesmo sabendo que a pedra sempre foi pedra e não se tornaria nada menos dura e vazia, compreende? Seria um desabafo, um não-engolir de sapos tão somente!

Conhecer o mundo e alfabetizar podem ser companheiros de vida ou inimigos entre si, tudo dependerá do conceito que se tem de um e outro e como profissionais da área os transmitem. Nas diversas leituras de Paulo Freire, Jean Piaget, Emília Ferreiro entre tantos outros que se dedicaram à Arte de Educar, pude abstrair de cada um deles um pouco dessa mesma paixão que se traduz em conhecer o mundo (o nosso próprio, em particular, e o do outro) além de representá-lo por meio da comunicação oral e escrita, sobretudo, através das entrelinhas desta vida, das pausas, das reticências, das exclamações e interrogações intermináveis. Ponto final é difícil dizer.

Todos os educadores sabem (ou devem) que alfabetizar é muito mais que ensinar o bê-a-bá, vai além da simples transmissão do conhecimento uma vez que este não vem pronto e destinado igualmente para os cidadãos do mundo, sejam crianças, jovens ou adultos. Achegar-se a cada um desses mundos e levá-los à prática do ler e do escrever, especialmente, do tornar-se gente é tarefa das mais valorosas e nem sempre correspondida à altura. Sábias palavras contidas na “Carta de Paulo Freire aos professores”: sugiro uma releitura aos que já a conhecem e a leitura atenta para quem ainda não teve o prazer de lê-la e compreender de que paixão a filha Madalena Freire esteve a falar em seu referido livro e da qual compartilhei juntamente desde que me foi apresentada.

Se você quiser complementar essa leitura da Carta, assista ao vídeo e ouça palavras que, certamente, enriquecerão ainda mais seu/ nosso mundo!

Boa sexta-feira e um fim de semana cheio de paixão para você!

Bibliografia que inspirou o post de hoje:

"A Paixão de Conhecer o Mundo"

Madalena Freire
São Paulo: Editora Paz e Terra

Fonte da Carta de Paulo Freire aos Professores:Instituto Paulo Freire

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

REFLEXÃO – Viraletras ou Vira-letras?

Lembro-me do 1º de março quando esse blog que vos fala nasceu. Sim, “ele fala”! Tem vida própria, mesmo que se tente levá-lo em rédeas curtas como notei ao longo desses poucos meses. Isso não é ruim, é quase natural; “quase” porque é sabido que o blog tem alguém que o escreve, que o pensa, que o movimenta, que o controla até algum ponto e que, por sua vez, é um ser em transição. Falando em transição, também a língua materna sofre, eventualmente, ao longo do tempo a sua própria e o título do post hoje não é apenas uma dúvida (para mim nem tanto…o baby é meu e nome é nome. Se eu quisesse chamá-lo INCONSTITUCIONALISSIMAMENTE DA SILVA? Tudo bem, sei que o bom senso precisa soprar aos ouvidos dos pais na hora em que se toma tal decisão, afinal, o bambino vai carregá-lo para o resto da vida e as pessoas parariam sempre no começo com a seguinte pergunta: INCONST… o quê??? Seria muito chato para o pequeno ter que explicar e repetir a mesma coisa ao longo dos anos, ao final, excomungaria a família. Não é isso que se deseja ao escolher um nome para quem se ama, concorda?), o título de hoje, por conseguinte, é uma homenagem “reflexiva”, pois é, essa é uma das particularidades desse blog à qual me propus desde o início: refletir toda sexta-feira, além de informar, compartilhar, divagar, desabafar, fazer rir e até chorar (de raiva? Espero que não…rs) em qualquer outro dia da semana, enfim, nos últimos tempos ando assoberbada, tenho postado semanalmente com frequência somente as reflexões das sextas-feiras.

Esse “bichinho virtual”, “diário ou periódico eletrônico”, “terapEUta pessoal ou grupal”, como queira descrever dadas as exigências particulares e cuidados que requer, ao ler e participar da blogosfera você percebe que existe a sua ideia inicial e existem ideias de tantos outros blogueiros que por aqui “circulam” (não à toa o termo “blogosfera” e, não à toa, o nome de cada um desses blogs terem uma real importância e um significado próprios).

O Viraletras foi concebido, de fato, da necessidade de explorar o que há nesta curiosa e pseudoafastada estudante das Letras e quem já circula (para não perder o ritmo da esfera…) por aqui, sabe também, que além da sobrinhamiga ter incentivado e apoiado bastante a “tia que gosta de escrever” (dos enormes e-mails que trocamos e através dos quais nos tornamos mais que tia e sobrinha somente…), outro fator decisivo e impulsionador foi não permitir que ficassem estanques sentimentos desde a morte de minha mãe em novembro passado, era preciso extravasá-los ou me sufocariam ainda mais.

E, voltando ao parto desse pequeno…

A Cris veio até minha casa junto do marido, o Adriano, que também teve participação especial no nome do blog. Ela, amadurecida na prática de blogar, foi logo compondo a base e, feito uma inseminação artificial, indagava como eu gostaria que a “cria” tivesse suas feições (olhos azuis ou castanhos, cabelos lisos ou cacheados, etc., etc., etc. rs). A parte que lhe coube foi feita. E eis que veio a pergunta que suscitou a reflexão de hoje: qual é o nome da criança? Meses antes, em nossos e-mails já havíamos combinado algumas coisas, inclusive, dar à luz ao pequeno em breve, pois, há muito eu tinha me tornado assídua leitora do Cristiane Marino e, de certo modo, ingressei na blogosfera através dele. Mas, uma coisa é ler um blog, outra bem diferente é manter, o que implica, em algum momento ou em vários, “revelar-se”. Não sei se é possível ou mesmo interessante ficar totalmente anônimo nesse meio, sua escrita também é reveladora, uma extensão de si, e, afinal, há inúmeros recursos que localizam, apontam, identificam você, aliás, tenho feito uso de alguns na aprendizagem com blogueiros mais experientes no intuito de melhorar essa relação. Sou bastante arredia em alguns aspectos, demoro para devotar confiança e não gosto de me expor tanto, o blog precisava de um nome que não fosse o meu próprio, pensei alguns que desceram por água abaixo e já tinham domínio. Nessas horas a criatividade (ou falta dela porque outros já tinham escolhido certos nomes…rs) precisa gritar e a colaboração do esposo e dos sobrinhos foi válida, começamos um brainstorming e, de uma última cartada entre três possíveis nomes, eu escolhi e remodelei o possível “vila letras” ou “vila das letras” que o Adriano sugerira. Foi engraçado e houve até votação. Sei que Viraletras nascera em época de reforma ortográfica e, com hífen ou sem hífen, eis a questão!

Após pensar e repensar, a lógica da gramática induzia para o Vira-letras, num relâmpago todos os conhecimentos do curso vieram à tona e, mais do que nome próprio, do que desafiar e se opor simplesmente, inovar e discutir o assunto de Virar ou não virar, um apelo maior se fez pelo significado do termo: vira…letras! O fato das Letras virarem meu mundo desde que as conheci determinou o que eu pretendia com o blog. Não por acaso, há tempos eu vivencio e “viro” um pouco do que as letras me ensinam. Talvez o blog pudesse até chamar-se Viroletras, não? Claro, ele transforma este ser real no ser virtual, consegue transportar minhas ideias e sentimentos e trazê-los de volta em forma de aprendizagem, da troca constante entre os blogamigos e até de alguns blogvisitantes. O espaço comporta muitas e muitas letras, de maneira ilimitada. Blogues de todos os tipos surgem e se conectam por identificação com alguma filosofia de vida, de trabalho ou seja lá o que for.

Esse pequeno está engatinhando, mas, desde que o batizei, creio que tem feito seu papel e representado um pouco da sua progenitora, pois, já dizia o velho e sábio ditado: quem sai aos seus não degenera!

Bom final de semana para você, com muitas letrinhas!

sopa_de_letrasFonte da imagem: Google

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

REFLEXÃO – Poesia para crianças (e adultos)

Desde que iniciei o blog tive vontade de abranger mais esse assunto, inclusive, de postar mais poemas infantis, o que ao meu ver não parece ser algo muito aprofundado quando se estuda o Magistério e até mesmo o curso de Letras, como aconteceu no meu caso: desculpe se incorro num grave erro neste ponto, talvez os cursos referidos estejam dando mais ênfase no conteúdo atualmente, sei que muitas mudanças ocorreram ao longos desses anos em que estou ausente do meio acadêmico, não posso precisar sobre este em questão. (Em off: lá se vão 15 anos em que concluí o Magistério e outros 10, que completei este ano, o curso de Letras! Caramba, como o tempo voa!rs…Isso me deixou mais velha!kkkkk!)

O fato é que gosto e já expus poesias de Olavo Bilac aqui e acolá. Intento postar outras, tanto dele quanto de outros poetas que muito contribuíram para a Literatura. Curiosamente, em vias de me formar “sofressorinha”, em meio à loucura dos estágios, revirando os livros nas prateleiras da biblioteca, fazendo pesquisas e mais pesquisas, planejando aulas e “tentando inovar” (coisa básica que os supervisores pedem a todo principiante!), deparei-me com alguns poemas infantis, encantei-me com a simplicidade do conteúdo e com a riqueza presente nas entrelinhas ao lê-los! Intitulados “infantis”, porém, muito se podia extrair de significativo para uma jovem normalista. Diante de mim havia um mundo de possibilidades! Além disso, crianças gostam e precisam ser estimuladas sempre mais a apreciar esse tipo de texto. Mães ninam os filhos com cantigas rimadas, com a sonoridade das palavras, sabemos muitas questionáveis, outras mais lúdicas. Nos primeiros anos do jardim de infância canta-se muito, gesticula-se para expressar o que se canta e, de certo modo, a poesia está inserida no contexto da criança, mas, a partir da alfabetização isso vai diminuindo e mudando de forma, outras vezes desaparece completamente da vida do aluno.

Não é tarefa fácil aprofundar o tema, entretanto, desvincular-se da poesia por completo é deixar passar algo preciosíssimo, principalmente num mundo carente por expressar-se como o da juventude.

Dias desses, lendo uma história para meu baixinho, lá pelas tantas um dos personagens citava uns versinhos e ele riu à beça, mesmo sem compreender completamente o teor do que era lido; a sonoridade e a rima das palavras despertaram algo na criança e eu percebi o quanto poesia faz bem, mesmo para quem mal entende o que é e como se faz aquilo e pediu que eu repetisse os versos muitas e muitas vezes.

A respeito do título do post de hoje, estive a pensar como o professor em sala e, mesmo em casa com pai, mãe ou qualquer adulto que goste e leia poesia para crianças pode servir de elo entre o que há de belo e mais profundo nessa arte. A partir da poesia é possível compreender o mundo e as pessoas que nos cercam, é possível extravasar, criar e recriar, dar sentido ao que, aparentemente, não tinha nenhum antes.

E, para não deixar passar em branco, escolhi outros dois poemas da Coletânea de Poesias Infantis de Olavo Bilac. Devo dizer que é muito difícil selecionar,pois, quando me deparei com essa riqueza fiquei a imaginar como o poeta conseguiu traduzir o mundo em forma de poemas tão singelos que podem agradar às crianças e aos adultos (e quantas lições podem evocar!).

Um final de semana cheio de poesia para você! Se gostar, leia outras no Portal São Francisco, ok?

avo

O Avô

Este, que, desde a sua mocidade,

Penou, suou, sofreu, cavando a terra,

Foi robusto e valente, e, em outra idade,

Servindo à Pátria, conheceu a guerra.

Combateu, viu a morte, e foi ferido;

E, abandonando a carabina e a espada,

Veio, depois do seu dever cumprido,

Tratar das terras, e empunhar a enxada.

Hoje, a custo somente move os passos...

Tem os cabelos brancos; não tem dentes...

Porém remoça, quando tem nos braços

Os dois netos queridos e inocentes.

Conta-lhes os seus anos de alegria,

Os dias de perigos e de glórias,

As bandeiras voando, a artilharia

Retumbando, e as batalhas, e as vitórias...

E fica alegre quando vê que os netos,

Ouvindo-o, e vendo-o, e lhe invejando a sorte,

Batem palmas, extáticos, e inquietos,

Amando a Pátria sem temer a morte!

borboleta

A borboleta

Trazendo uma borboleta,

Volta Alfredo para casa.

Como é linda! é toda preta,

Com listas douradas na asa.

Tonta, nas mãos de criança,

Batendo as asas, num susto,

Quer fugir, porfia, cansa,

E treme, e respira a custo.

Contente, o menino grita:

“É a primeira que apanho,

Mamãe! vê como é bonita!

Que cores e que tamanho!

Como voava no mato!

Vou sem demora pregá-la

Por baixo do meu retrato,

Numa parede da sala.”

Mas a mamãe, com carinho,

Lhe diz: “Que mal te fazia,

Meu filho, esse animalzinho,

Que livre e alegre vivia?

Solta essa pobre coitada!

Larga-lhe as asas, Alfredo!

Vê como treme assustada...

Vê como treme de medo...

Para sem pena espetá-la

Numa parede, menino,

É necessário matá-la:

Queres ser um assassino?”

Pensa Alfredo... E, de repente,

Solta a borboleta... E ela

Abre as asas livremente,

E foge pela janela.

“Assim, meu filho! perdeste

A borboleta dourada,

Porém na estima crescente

De tua mãe adorada...

Que cada um cumpra a sorte

Das mãos de Deus recebida:

Pois só pode dar a Morte

Aquele que dá a Vida.”

Fonte das imagens: Site Colégio São Francisco

Poemas de Olavo Bilac (Coletânea de Poesias Infantis)