sábado, 20 de novembro de 2010

SAP – Síndrome da Alienação Parental: Não deixe que sua criança conviva com ela!

"Quem perde? Quem ganha? Isso é mesmo um jogo?"

Sempre quis estar perto de crianças, elas são fascinantes, cativantes e muito aprendem com aqueles que estão à sua volta. São ingênuas na essência, mas, o convívio com pessoas desequilibradas pode deturpá-las, jogando na sarjeta toda pureza da infância.

Recentemente vi em programas de TV e li pela Internet sobre a nova Lei que trata melhor de assuntos relacionados com filhos de pais separados. Sinceramente, na prática ainda acho muito cedo para dizer até que ponto a SAP será eficiente, até que ponto as crianças que sofrem desse mal conseguirão ter uma vida pacífica com suas famílias, digo “suas”, pois, desde que os pais se separam, os filhos passam a notar que existe uma e outra família, a do pai, a da mãe e, nesse momento, a unidade deixa de ser parte de suas relações familiares. É muitíssimo triste ver nos olhinhos que seu pequeno mundo está em ruínas (digo por experiência própria – vi meus pais e uma irmã se separando), obviamente, não são todos os casais que fazem da separação um momento de ruptura atroz, há alguns que têm a consideração, o respeito e, sobretudo, grande e verdadeiro amor por seus filhos, deixando de lado todas as diferenças conjugais e priorizam, desta forma, a transição para um novo modelo de família. Crianças de pais separados nem sempre precisam sofrer com todo o processo, aliás, não deveriam sofrer nunca com as perturbações próprias de um pai ou de uma mãe em desequilíbrio, poderiam ser poupadas de cenas e palavras rudes, muitas vezes até catastróficas que as marcarão profundamente para a vida toda.

Pessoas feridas tendem a se fechar para o mundo, contudo, muitas delas tendem a ferir para se sentirem bem consigo mesmas, inclusive, ferem com frequência quem mais diziam amar na vida, ferem o cônjuge, ferem suas crianças… E pergunto: a dor diminui ou evapora com essa atitude? Não! Ela só aumenta e feito vírus se espalha no outro, quem está perto se contamina com a tristeza, com o ódio, com a angústia de viver num lar marcado por discussões, gritos e até violência física. É claro que ninguém se casa imaginando que um dia a vida chegaria ao caos da separação, mas, é bom que pensem bem como reagiriam diante dos conflitos matrimoniais e, principalmente, diante dos filhos!

Sou descrente na Legislação Brasileira, ouço tantas coisas ruins, já passei por algumas também e a nova lei não me parece que sanará o problema pela raiz, mas, certamente, servirá de alerta e alento para muitas pessoas que enfrentam essa complicada situação. É um apoio aos que já não sabiam mais onde ou a quem recorrer. De fato, é preciso ser confiante, mas, não só nas letras que preenchem páginas, não só nas autoridades que legislam de acordo com essas mesmas leis, é preciso confiar que um homem e uma mulher, pai e mãe, hoje separados por motivos mil, não deixem de ver nos filhos a imagem e semelhança deles mesmos, não deixem de notar que um e outro foram e serão sempre pessoas essenciais na vida de uma criança.

O tempo pode passar, a memória pode reescrever a história e criar mecanismos de defesa dentro desses filhos, mas, nunca deixarão de perceber que falta ou que algo está em excesso em suas vidas, pode faltar amor ou pode sobrar rancor e nenhuma das duas coisas é boa para educar alguém.

Seja despojado das misérias humanas se, porventura, seu relacionamento ruir, se o “mar de rosas” se transformar num “mar de espinhos” somente. Aprenderemos com nossos erros apenas e se estivermos dispostos a isso, caso contrário, só ensinaremos aos pequenos exemplos deprimentes da falta de fé e da maneira totalmente equivocada com que “amamos” outras pessoas.

Refletindo sobre o amor ou mais propriamente sobre a deturpação dele atrás da Alienação Parental, veio-me à mente duas lembranças, uma Bíblica (linda, verdadeira e profunda!) e outra clássica da literatura que seguirão abaixo fechando este post de hoje:

O amor é paciente, é benfazejo; não é invejoso, não é presunçoso nem se incha de orgulho; não faz nada de vergonhoso, não é interesseiro, não se encoleriza, não leva em conta o mal sofrido; não se alegra com a injustiça, mas fica alegre com a verdade. Ele desculpa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo. O amor jamais acabará. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência desaparecerá. Com efeito, o nosso conhecimento é limitado, como também é limitado nosso profetizar. Mas, quando vier o que é perfeito, desaparecerá o que é imperfeito. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Quando me tornei adulto, rejeitei o que era próprio de criança. (I Coríntios 13, 4-11)

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." (Antoine de Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe)Aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós. (Antoine de Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe)Fonte da Imagem: Google

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

PAZ Conciliadora!

Falar de paz parece-me algo tão complicado, especialmente quando o mundo está cada segundo mais e mais carente desse sentimento.

“Sentimento”? Será que se todas as pessoas sentissem a paz dentro de si as coisas estariam do jeito que estão ou do jeito que já foram quando estouraram guerras mundiais?

Sentir paz garante que tenhamos paz? Por muitas vezes estive em paz, porém, do lado de fora não havia nenhuma. Por quê? Penso que a falta de paz do outro acabava invadindo a minha calmaria e bagunçava com tudo! De quem seria a culpa? Dele porque me incomodava com seu desassossego ou minha porque me fechava em concha para o resto do mundo? Estaria eu vivendo um tipo de paz egoísta, então? Ou o outro estaria desprovido de algo que ele nem sequer desejaria sentir?

Trabalho diariamente com muitas pessoas, algumas nunca vi na vida, outras vejo toda santa hora e noto que a sensação de paz aparece sempre nas mesmas pessoas enquanto em outras a paz é inexistente, pelo contrário, travam batalhas e até verdadeiras guerras contra si e, lógico, contra os que estão à volta. Parece que sentir ou ter paz está relacionado com nossa disposição diante da vida, isto é, se eu me prontifico a ser “da paz”, provavelmente, minhas atitudes refletirão isso e não digo que ser “da paz” signifique ser “mosca morta”, hein! Nada disso! Talvez por essa razão muita gente menospreze quem seja conciliador, quem busque a paz em si e a transmita aos demais como o fez Mahatma Ghandi (1869-1948), por exemplo, que mesmo não tendo se valido de armas nem de atos violentos, conseguia apoio e adesão nas suas lutas, por isso lutar também não precisa, necessariamente, ser um ato de rebeldia, não precisa estar atrelado a nenhum tipo de arma que fira fisicamente outras pessoas, e muito menos, não precisa de armas psicológicas, que coagem, que humilham e deturpam a dignidade, em certas ocasiões ferem mais que um tapa!

A paz conciliadora que propus é aquela que precisa ao menos de dois lados para que, de fato, reine harmonia em mim, em ti, em nós.

Jesus, o Filho de Deus, alguém que experimentou e viveu neste mundo sabia o que estava dizendo aos apóstolos:“Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize!(Jo 14,27).”

A paz que nos é dada pelo mundo está muito aquém da paz que Cristo estava deixando, por isso muitos procuram por esta última como quem busca um tesouro no fim do arco-íris, afinal, já devem ter experimentado a paz do mundo que não lhes satisfez plenamente.

Desejo que cada ser humano experimente a paz que não se abala com o barulho lá de fora, que não se fecha em si mesma, ao contrário, está voltada 360° para o próximo porque só assim a Paz Conciliadora pode sobreviver.

Este texto faz parte do Blog Blast for Peace promovido por Mimi Lenox.

“Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize!(Jo 14,27).”