domingo, 1 de março de 2009

Quem sou:

Às vezes não sou, estou...
Há momentos em que “estou” quando gostaria de “ser”...
Confuso? Não!
Costumo dizer que, a partir da 4ª série, quando ainda chamava a professora de “tia (Ana)”, nutri o sonho de seguir seus passos; ter sido a sua auxiliar na sala de aula definiu o que, alguns anos adiante, eu cursaria no ensino médio: o magistério. Trabalhando no comércio durante o dia e estudando à noite não foi fácil, contudo, superava-me, infelizmente, esse sonho, tal qual ”castelo de ilusões”, começou a desmoronar ao fazer frustradas tentativas de atuar na área, tive boas e memoráveis experiências lecionando aqui e acolá, nada que me ajudasse a driblar as “provas de títulos” dos concursos e neste ponto, devo ressaltar que sempre fui do grupo de alunas rotuladas "esforçadas", "estudiosas", "inteligentes", etc., surgindo bem diante dos meus olhos o paradoxo teoria x prática.Mais adiante, amadurecida pelo vai-e-vem atrás de pré-escolas e concursos, entendi o que uma de minhas professoras do magistério dissera certo dia: este conhecimento, aqui adquirido, não servirá apenas para lecionarem, mas uma bagagem para a vida inteira, afinal, serão mães, tias e exercerão tantas outras atividades que impliquem saber lidar com as crianças, concordam?
Paralelamente, por um determinado e precioso tempo, fui catequista e participei de grupos de jovens da comunidade paroquial, o que aprimorou, de modo enorme e gratificante, quem sou.
Decidida a cursar pedagogia e insistir um pouco mais nesse sonho, conheci meu marido, ainda namorado na época, e ele, sabendo de minhas manias por leitura, escrita e a curiosidade pelas traduções de músicas, sugeriu que eu cursasse Letras e foi o que fiz, porém, ainda havia uma centelha do desejo de lecionar, quando num desses reveses da vida, que só Deus pode explicar, comecei a trabalhar com a burocracia na área da saúde e o que me sustenta até então. Não posso dizer que sou infeliz, muito contrariamente, devo dizer que essa mudança súbita e radical teve propósitos divinos.Sabe o que é conhecer a base do clamor social (saúde e educação) mais de perto? Ah! Ambos me rendem e renderam boas experiências.
Letras foi fundamental na consolidação do meu “ser”, o magistério também. Hoje sou alguém melhor, sou uma mãe mais atenta porque obtive conhecimentos que, provavelmente, noutros cursos não obteria. Aprendi muito mais do que imaginei, não só academicamente, pois, ensinar implica, antes de qualquer coisa em aprender, daí a célebre frase de Guimarães Rosa: Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende.
Por isso posso dizer que, embora não exerça o magistério como profissão o tenho feito vida afora por paixão.
E não parei de ler, de saber e escrever para, a cada dia, descobrir e reinventar esta aqui.
Fonte de imagem: Google

3 comentários:

Cristiane Marino disse...

Sua história de vida tem bastante coisas em comum com a minha, eu acabei optando pelo curso de pedagogia mesmo, também no momento não estou atuando, já atuei e até gostei do trabalho. A formação em pedagogia me trouxe oportunidades e experiências incalculáveis que levarei para o resto da vida.
beijokas, tá fofésimo o blog!

disse...

Cris, sabe que às vezes me pergunto: como pode a gente ter se dado tão bem? Será apenas por sermos tia e sobrinha? Acho que não...tem algo mais, inclusive, nossas aptidões, nosso carinho pelas crianças, pelos livros,a curiosidade pela internet e tantas outras pequenas coisas que até nós mesmas desconhecemos e temos em comum. Sei que isso é muito gratificante e nos faz crescer juntas a cada dia, trocando muitas figurinhas! Bjins e até!

Batuta Ribeiro disse...

Oi Jô, tudo bem? Me chamo Batuta, igual a você eu também tenho um blog onde publico meus contos e poesias. É muito bom a gente ler e adorei seus escritos e o seu senso de humor, gosto de conhecer outros escritores e aprender com eles... Gostaria que ajudasse a divulgar meu blog: saladobatuta.blogspot.com.br - agradeço desde já sua atenção! Valeu Jô.