sexta-feira, 24 de julho de 2009

REFLEXÃO - Férias

Mês de julho é época de férias da meninada. Que felicidade para elas, não é? E para os pais, o é igualmente? Não sei, às vezes tenho dúvidas se os adultos gostam tanto desse período quanto os filhos, pois, cheguei a ouvir mais de uma mãe a lamentar: "ai, ai...lá vêm as férias!", como se fosse ruim? "Epa! Por que será?" - pensei comigo. Pais que trabalham fora e dependem da escola (dentre outras funções que competem a esta) também como forma de "babá" no horário em que estão dando expediente, podem até sentir falta do período letivo, entretanto, sabemos bem que a função primeira desse local é educar e não manter nossos filhos sob vigília tão somente. Bom seria se houvesse boas escolas com alternativas para casos excepcionais, entendo que não é fácil ter que trabalhar e não saber com quem ou onde deixá-los, porém, devemos pensar que o período de férias, tanto o de agora quanto ao final do ano escolar não são apenas para descanso dos professores e funcionários (Até parece! Tenho colegas que realizam várias atividades pendentes nesse período e pouco aproveitam o "tempo livre", engana-se quem pensa que professor descansa muito por conta disso). E pensei novamente com meus botões: "São só duas semaninhas magras, que mal há nisso?"
De fato, mal nenhum, muito pelo contrário. É tempo de aproveitar mais "nossa criança", de conversar, de brincar, de vivenciar coisas ditas "bobas"(assistir um desenho e comer pipoca no meio da tarde, preparar uma pizza juntos ou levá-la ao parque - algum tipo de atividade que saia do cronograma rotineiro do resto do ano, entende? Se seu filho já tem por rotina isso, então, invente outras, mas, crie oportunidades novas de experimentar e estar perto dele).
E, falando em experimentações, há um tempo ganhei um livro num sorteio do orkut, nem acreditei, sempre acho que tem gente somente querendo levar vantagem na Internet ou sacanear os menos atentos com todo tipo de tralha que possa destruir nosso pc...desconfio bastante, porém, também procuro fontes e chego a conclusões que, eventualmente, vale a pena arriscar. Minha sobrinhamiga está de prova! Foi ela quem me alertou e não é que recebi o livro em casa? Trata-se do "Agressividade Infantil - Relax e reprogramação emocional para crianças" de Cristina Locatelli. Foi ótimo lê-lo e aconselho a quem queira. O conteúdo é interessante e prático, a minha sensação durante a leitura foi da autora o tempo todo enfatizando o amor e a valorização deste entre pais e filhos, ao contrário do que o título pareça sugerir: tratar apenas da questão "agressividade". Entender o porquê a criança muitas vezes se rebela é importantíssimo. Quantas vezes queremos passar por cima do que ela quer dizer com a atitude ou a fala "agressiva", resolvendo na chinelada? Quantas vezes nos culpamos por tomar atitudes impensadas e amargamos ver aqueles olhinhos chorosos e o coraçãozinho triste conosco?
Procuro não errar com meu filho, assim como toda mãe que é preocupada em bem educar, inclusive, as palavras que proferimos têm muito peso e como! Viver a insultar, diminuir, denegrir, desprezar ou coisas que afetem negativamente a criança podem contribuir e condená-la a sentir e a assumir certas posturas. Uma colega vivia a dizer ao filho que ele "era triste" no sentido de ser muito bagunceiro. Eis que um belo dia essa criança respondeu a um elogio da mãe dizendo: "não, eu não sou bonzinho...eu sou triste!". Triste mesmo foi ela se dar conta do que estava fazendo com a cabecinha do menino e repensar as palavras que dizia ao se referir a ele, aliás, não a ele exatamente, mas, às atitudes dele, como se fosse um rótulo, compreende?
Eu mesma me corrigi um dia por conta de um lembrete bem dado da Cris, ao chamar meu pequeno de "seu tranqueirinha", depois disso, troquei por "meu anjo". E, não por acaso, é uma criança bastante carinhosa e compreensiva, muito alegre e inteligente.
Muitas vezes usamos alguns termos sem nem mesmo atinar o real significado deles, todavia, é preciso repensar até mesmo isso. Não é à toa que digo e repito sempre que o magistério muito me influencia e a pedagogia da sobrinhamiga também atualiza nossas conversas. Mãe mais informada pode correr menos riscos, isenta deles nenhuma está!
A questão das férias escolares também pode ser encarada como uma bênção, muito mais do que um problema a ser resolvido no meio e no fim do ano. Passar um pouco mais de tempo com a criança, fazer algo junto dela, apreciar suas habilidades, ouvi-la mais, dedicar-lhe atenção e carinho constantes não tem preço e só pode beneficiar ambas as partes, não acha? Vejo no trabalho que as pessoas, em geral, querem coincidir seu período de férias com o dos filhos, é muito bom saber que se preocupam, que tentam ao menos! Sei que nem sempre é possível, afinal, muitos funcionários para poucos e os mesmos meses ingratos de julho, dezembro, janeiro ou fevereiro. Aff! Decidir férias é sempre estressante nesse ponto também. Fazer o quê? Brigar de igual para igual, seguir as regras da empresa e... aproveitá-las ao máximo, mesmo que sejam em qualquer outro período.
Outro detalhe importante da leitura referida é o do toque. Vamos acrescentar sensações às palavras de carinho: muito cafuné, massagem, beijinhos e abraços apertados! Perco a conta das beijocas que dou nesse baby! E ele as retribui junto de abraços, seja para angariar algo (isso é básico em criança!rs), seja de graça, sem nada em troca! Melhor ainda, não é? E o cafuné para fazê-lo dormir, quantas vezes já não foi meu trunfo? - "mamãe, faz assim..."(massageando a mãozinha sobre a cabeça). Tudo bem que o filho não nos pertence, de certo modo ele ganha asas e voa para o mundo como já ouvimos muito, porém, o mundo lá fora não faz isso pelo filho da gente, faz?
Então, vamos tirar férias de outras coisas, especialmente dos problemas, mas, nunca dos filhos, nunca da possibilidade de estar mais junto e aprender sempre com eles.
Tenha um final de semana muito feliz junto dele ou deles! Falando nisso, vou curtir mais o meu porque as aulas reiniciarão na segunda-feira...que peninha!

Fonte da imagem: Google

6 comentários:

entremares disse...

Sabe?
Cheguei ao fim e depois fui ler novamente o seu post...

Acredito que existem muitos pais que já estipularam um "horário" para os filhos... assim qualquer coisa do género " filhos presentes x horas por dia". Tudo o que ultrapassa aquele numero "x" já os poe doidos, já é demais...

Aqui em Elvas, conheço casos de crianças que estão no jardim infantil desde as oito da manhã até às nove da noite, quando os pais as vão buscar.

Nem tenho palavras sobre isto...

Beijos.
Rolando

disse...

Olá! Finalmente alguém que leu meu post sem pensar que eu é quem estava em férias!kkkkkk! Pela ausência de comentários nesse aqui eu só posso imaginar isso (ou meus amigos e visitantes blogueiros é que tiraram férias do meu blog???hehe!). Brincadeiras à parte: essa questão é importante demais porque filho é para sempre e não há como sair de férias deles, se bem que há quem tente...não sei até que ponto é válido, especialmente quando são pequenos e precisam tanto da presença dos pais. O problema das crianças porem-nos doidos é que focamos em nossos problemas e achamos tudo que faz parte do mundo delas supérfluo, sem objetivos, entende? Nossas questões "adultas" estão acima de tudo, então, para que atentar para coisas "pequenas" dos pequenos? Aí é que, muitas vezes, mora o perigo (a indiferença, a ausência, a distância...). Obrigada por compartilhar sua preocupação e fico triste em saber que, se por um lado os pais tentam melhorar a qualidade de vida dos filhos trabalhando o tempo todo, por outro, existe uma erosão tomando conta da relação pais e filhos. É preciso despertar para isso já!
Bjins e até!

Letícia Losekann Coelho disse...

Jô,
eu adoro quando meu filho entra em férias! Mas eu e o pai dele divimos as férias dele... Então não fico com ele todo o tempo que quero :( Mas conheço várias mães que não gostam quando os filhos estão de férias pq elas perdem a rotina delas! Eu acho um absurdo isso... É como se os filhos atrapalhacem a vida delas.
Adorei teu texto e tua reflexão.
Beijos menina

disse...

Oi Tita! Eu também adoro ficar mais juntinho do meu filho, é muito bom e a gente sempre quer um pouco mais, nem sempre dá, porém, o que vale é o esforço que os pais fazem nesse sentido e tentar aproveitar ao máximo esse tempo precioso, afinal, não dura para sempre, não é? Concordo com você que é absurdo alguns acharem que o filho em férias é sinônimo de problema na rotina deles, problema mesmo é ficarem doentes. Saudáveis e de férias é bênção de Deus. Eu já estava sentindo falta de teu comentário, afinal, sempre aparece por aqui e nunca me deixa na mão.kkkk! Valeu!Bjins!

Cristiane Marino disse...

Poxa é tão bom quando o Dri traz o micro para casa, assim posso ler coisas gostosas e emocionantes como esse post.
Eu quero tanto poder fazer isso e muitas outras coisas pelos meus filhos, ah digo filhos pq se não fosse a dor do parto e as dificuldades de uma gravidez teria muitos, para mim crianças são como aquele up da vida, adoro estar rodeada por elas.
Quando eu morava no fundo da casa da mãe e não trabalhava de manhã eu tinha um horário reservado para ficar com o querido priminho Lilo, tinha dia em que eu não fazia nada em casa a manhã era toda dele, pintávamos, desenhávamos, brincávamos ou apenas conversávamos era mto legal, ele me preenchia, quando começamos a ficar longe por conta do trabalho ou mesmo da mudança de casa, foi uma dor enorme no meu coração e por várias vezes chorei de saudade e deu até aquela vontade louca de ter um filho, mas ainda não era o momento...mas, eu tinha as crianças das escolinhas que de alguma forma eu tinha contato. Esse ano está bem difícil sem escolinha e quase sem Lilo já que nos vemos tão pouco e quando nos vemos é diferente já que ele está na fase mais mocinho rs, joguinhos de computador e agora é mais o Dri que o acompanha.
O Lilo é como um anjinho em nossas vidas alguém que faz uma diferença tamanhaaaa.
ah e eu não esqueci que ele vai vir passar um dia com a gente, é só dar certo um dia que vamos fazer isso.
Grande beijo

disse...

Oi, oi Cris! Que bom você poder curtir meu espaço com calma e tempo, eu adoro quando posso visitar os amigos da blogosfera e encontrar posts que emocionam, fazem rir e conscientizam.
Vai poder curtir férias assim como fazia há algum tempo com o baixinho aqui e verá como é gostoso. Gosto de saber que esse momento entre você e ele te trazem boas lembranças e, como tudo muda, de fato, percebo essa "fase mocinho", mesmo assim, aprendemos de qualquer modo com cada fase da criança e isso é impagável. Eles crescem e nós crescemos juntos!
Bjins e até!