

Fico pasma quando paro e penso na quantidade de informações que esse novo mundo conseguiu acumular virtualmente e que só tende a aumentar. A Internet revolucionou, globalizou e também isolou. Não é um contrassenso dizê-lo? Acredito que não, logo mais entenderá o que quero alcançar com essa reflexão hoje. E olha que eu fui conhecê-la de perto quando já era bem grandinha, muito depois de ter feito curso de datilografia em máquina mecânica, sonhando que poderia usar a máquina elétrica um dia...ô coitada! Aposentaram-nas. Levaram-nas para museus, talvez para algum lugarejo distante dessa realidade virtual. Tão diferente de meu filho que teve acesso a esse cibermundo desde muito pequeno, a mãozinha em pouco tempo dominou o teclado e o mouse, que loucura!
Tenho estado pouco por aqui, não ausente, mas pouco.
Dia desses, numa longa troca de e-mails
(Olha que maravilha esse instrumento! Contacto quem quero e DIG(it)O tudo que quero, se assim desejar e tiver o acolhimento do meu destinatário, lógico!) meu contacto dizia estar um pouco ausente também da blogosfera, que se sente em débito com os demais, que sente saudade de seu cantinho construído com tanta dedicação e carinho. Há alguns anos esse tipo de conversa não existiria, entende? Posso chamar de conversa quando não se ouve a voz do outro? Quando não se observa gestos, pausas na fala, a respiração, o tato? Claro que posso! No entanto, em nível textual apenas, os dados sensoriais não nos chegam em anexo, ainda que existam recursos tentando supri-los, especialmente nos chats, em que o texto também é a ponte que conecta o outro, criaram os emoticons,
inseriram a webcam e recursos de voz, na tentativa de aquecer a frieza das máquinas. E, assistindo a programas, devo ressaltar, bons programas de televisão, numa mesma semana percebi a questão suscitada sob diferentes aspectos, todos com a preocupação final: Aonde chegaremos? Quais os perigos que nossas crianças podem encontrar no espaço virtual? Sabemos lidar com as novidades? Tanta informação é bem aproveitada? Se temos tudo isso a favor do nosso bem-estar, por que não temos tempo suficiente para nós mesmos e para os outros? As queixas de estresse, insatisfação e depressão só aumentam, às vezes sinto que as pessoas estão vivendo uma epidemia desses quadros, mais do que dengue e gripe A(H1N1), sem falar na obesidade que partiu do processo de sedentarismo (tela, teclado, mouse, bolachinha, refrigerante, horas a fio no micro...) e do processo de raciocínio (tudo pronto?), diga-se de passagem, o discutidíssimo uso do Ctrl+C e do Ctrl+V entre alunos e até professores. Tento encontrar em meio a essa "facilidade digital" algo a que me proponho toda sexta-feira: REFLETIR! Sim, tento não deixar as conexões neurais bitoladas, embora esse mundo nos seduza enormemente e transpareça um certo fim em si mesmo.


Voltando às trocas de e-mails, sem contudo, mudar de alhos para bugalhos, eu poderia encontrar a pessoa tête-à-tête, olho no olho, talvez pelo telefone, mas, telefone era objeto de luxo e usado em casos muito necessários, enfim, não daria para dizer mais que meia dúzia de palavras, não adiantaria nesse caso. Hoje em dia, praticamente todas as crianças já têm ou querem muito ter um celular
cheio de recursos, é até sugestão de presente para o Papai Noel! (A propósito: elas ainda acreditam nele?). Caramba! Eu conquistei meu primeiro agora porque foi presente do Dia dos Namorados! Nem havia pedido, ainda não senti a necessidade do talzinho nem sou do tipo que fica de orelha pregada ao telefone, o atendo demais no trabalho, em casa quero descanso dele! Mas, confesso, estou gostando de fuçar aqui, enviar mensagem de texto ali, descobrir as funções (o manual veio bonitinho, um catatau!) e tive paciência pra lê-lo? Está aí uma coisa que me enfada ler!kkkk! Talvez o use para desvendar alguma função mais complicada, contudo, estou satisfeita com o que aprendi até agora, aliás, tem celular que faz de um tudo e a função primeira que seria "ligar" ou "receber ligações" é a menos utilizada pela pessoa - muitas vezes está fora de área, sem crédito! Seria mais um contrassenso dos tempos modernos?

Uma antítese todo esse assunto, concorda? E devo dizer que ela permeia nossa vida continuamente. Justifico meu distanciamento do blog nesse ponto. Não é revolta, nem tristeza, nada disso! Adoro esse espaço, gostaria de dedicar-lhe mais tempo, estive a dizer quando esse pequeno completou seu primeiro mês que era um tanto exigente, ainda é! E eu? Sou a mesma pessoa ao longo dos anos? Você é? A essência deve ser, todavia, essa mudança frenética tem afetado até nossas essências. Lembre-se do seu antes e do seu agora. Toda essa tecnologia, esse volume de informações armazenados em bytes (perdoem-me os técnicos em informática e os adiantados nesse assunto, é algo que não aprofundei e nem intento demais!), esses aparelhos que estão se reduzindo, afinando, diminuindo de tamanho e contendo muito mais recursos... preenchem realmente todas as lacunas vazias?
Entenda bem, não estou contra a tecnologia e o emprego dela, se fosse assim, eu não estaria levantando tais pontos num blog! Talvez o fizesse por outros meios, não é? Só estou a compartilhar a preocupação, ao que noto, não é exclusivamente minha, uma vez que, por vários programas coletei e observei os fundamentos dessa questão infindável, através dos livros de apoio e orientação na tarefa de ser melhor mãe, também pelos blogs que acompanho e, sempre que posso estou a ler e a comentar, tenho visto assuntos acerca do vasto tema, muito bem costurados, por isso, hoje decidi juntar-me a essa colcha de retalhos! E mais do que colorida e diversificada, ela possa aquecer ideias e sentimentos reais, no convívio dos nossos!
Fonte das imagens: Google