segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Quando eu era criança…

Lembra daquela canção infantil “quando eu era neném, neném, neném, eu era assim…eu era assim…”? (gesticulávamos como se estivéssemos sendo embaladas ao colo por nossas mães) - os versos e gestos eram trocados para cada fase da vida: criança, mocinha, mulher, velhinha… e parecia apenas uma brincadeira de criança.

O interessante é que se “toda brincadeira tem seu fundo de verdade” esta é uma delas. E, conforme crescia, repeti muitos dos gestos da referida canção na prática: desde ser embalada, brincar entre as crianças da vizinhança, usar batom e salto alto… vejo-me seguindo a vida sem ter certeza se repetirei o gesto da velhinha, e é claro, espero que sim!

Nostalgia, às vezes, é bom e recomendo, o excesso vira depressão e falta de perspectiva. Não se deve viver do no passado, apenas usá-lo como base de (in)formação, reconhecimento da própria identidade e, consequentemente, provocar uma avaliação de si; positiva, se possível! Afinal, Cazuza há muito cantava que o tempo não para, então, para que viver preso sem aceitar as mudanças naturais que são impostas pela existência?

Na adolescência ouvi pessoas mais velhas dizendo que temiam a velhice e eu não compreendia a razão de temerem o inevitável, obviamente, quando nada as impede continuar sua trajetória. Hoje, mais amadurecida, entendo que a velhice não deve despertar o temor, mas sim a solidão e o enfado de uma longa caminhada vivida sem muitas alegrias e perspectivas. Portanto, o dia das crianças deve ser uma data muito mais que comercial como tantas outras, deve ser o dia de revigorar-se observando a natureza ingênua e feliz (muitas vezes sem brinquedos caros!) dos pequenos. Sinto-me rejuvenescida quando rio das pérolas que meu filho fala, ainda que, aos poucos essa inocência vá ficando pelo caminho enquanto ele cresce; quando o observo brincando sem as preocupações que a vida adulta incute em cada um, vida esta que pode ser melhor com uma ajudinha extra nossa, não é?

Ao pensar que tudo é e sempre será, ontem eu, hoje ele, amanhã meus netos e netas (quem sabe?), a nostalgia pretende invadir o espaço e é preciso dar-lhe de ombros, pois, a vida continua e as crianças são provas reais disso! São flores que enfeitam o jardim da existência humana, necessitam cuidados especiais para que não murchem, não sufoquem entre as ervas daninhas e consigam desabrochar na plenitude. Cuidemos com esmero da infância e observemos a beleza dela refletida em cada um.

Tenha um feliz dia das crianças, em paz com a criança dentro de você!

batutinhas

Fonte da imagem: Google

Do filme “Os Batutinhas” (The little Rascals)

P.S.: Se eu fosse você assistiria! Divirta-se com elas!

7 comentários:

Anônimo disse...

FELIZ DIA DAS CRIANÇAS. Concordo com vc, não podemos viver no passado, de quando eramos crianças, e nem ter medo do futuro, apesar de que eu confesso ter, não quero ficar velho e descobrir que não vivi, que não fui criança, que não tive aquela inocencia e aquela visão tão bela da vida, que as crianças têm! Bjos!

Anônimo disse...

Jô, Feliz dia da Criança pra você também. Este assunto que tocou é justamente um dos que não deixo de lado no blog, que você já sabe: a nostalgia, ou o passado...

Sabemos o quanto isso tem importância para nós nos dias de hoje: poder sentir que não tivemos lacunas vazias e que cada etapa foi vivida como tal. Talvez por isso hoje damos tanta atenção "à parte comercial" destas datas, pois vivemos o hoje, mas quando crianças (a que fomos ou a que nossos filhos, primos e sobrinhos são), isso nem é lá a sua fonte de preocupação - já é coisa de nós, adultos (ainda bem). Se temos a noção disso, nunca teremos do quê recordar, né?

E pensando assim que surgiu o post de hoje no meu blog...rsss

Bj
Marcelo.

disse...

Olá Renato!
Creio que sempre há maneiras de recuperar tempo perdido, de viver o hoje, hoje mesmo! Um sobrinho já me disse e eu concordo: ora vivemos atrás, ora adiante (passado ou futuro) e esquecemos de viver o agora, entende? Precisamos passar pelas fases da vida, cada uma ao seu tempo, ser criança quando criança, ser jovem quando jovem e continuar sem medo de ser feliz. Atualmente os idosos vivem mais e melhor, então, creio que essa preocupação deva diminuir para todos nós, lógico que envelhecer traz consigo suas dificuldades, mas, diga-me, qual fase da vida não tem lá as suas? Aprendamos a driblar os problemas e resolver os que pudermos, de fato, sendo crianças aqui dentro, no coração! Obrigada pela visita e um feliz dia pra ti, independente se foi ontem, sejamos felizes feito crianças hoje e sempre! Bjins e até!

Oi Marcelo!
Um feliz dia pra ti! A alegria de viver sem medo do amanhã e as tristezas de ontem nos fazem mais jovens, "quase" como crianças!
Concordo contigo que os adultos é que enfatizam o lance da "gastança"...rs, afinal, somos nós que fazemos propaganda, que os presenteamos, que os deixamos imersos nos superbrinquedos hoje em dia, aí somos nós que chegamos com conversas nostálgicas de "no meu tempo brincava-se na rua disso, daquilo..." e, estranhamente, as crianças só não brincam daquelas coisas porque não as ensinamos, pois, já notei meu filho gostando de coisas muito singelas e que em nada requeriam dinheiro, a não ser tempo e disposição de simplesmente "brincar...". Sei que muitas coisas mudam e mudarão, no entanto, é preciso avaliar como isso acontece, né? Muito bom pensar nessa questão. Obrigada, bjins e até mais!

Letícia Losekann Coelho disse...

Ahhh a nostalgia! Menina, eu tenho uma saudade das coisas da infância sabe? Parece que algumas coisas tinham gostos diferentes, sabores... Sei lá kkkkkkkkkk
Adoro isso!
Beijos menina

disse...

Oi Tita!
Ter saudades é bom porque aproxima o que somos do que fomos, refletimos as direções que tomamos e podemos, inclusive, mudar rumos, se necessário. Também sinto saudade de várias coisas, não do tipo doída e amargurada, mas, aquela boa de recordar. É tão importante um pouco de nostalgia porque ela faz lembrar as nossas raízes, coisa que, ao meu ver, não deve ser esquecida como um trapo velho, afinal, fizeram/são parte de nós, fomos/somos parte dela, não é?
Bjins pra ti e até mais!

Sonia Regly disse...

Vim conhecer o seu rico e maravilhoso Espaço e convidá-la para conhecer o Compartilhando as Letras:

www.compartilhandoasletras.com

disse...

Olá Sonia!
Seja bem-vinda e obrigada pela visita. Em breve aparecerei por lá, ok? Bjins e até!