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quinta-feira, 1 de março de 2012

Aniversário do Blog e coisas afins!

Resolvi iniciar escrevendo o que vier à mente, tenho tantas palavras borbulhando nela e o tempo tem sido mais precioso que nunca nos últimos meses. O que a maternidade faz! Coisas incríveis como esta que para mim seria "o fim da picada". Imagine, escrever de repente, sem muito pensar, sem muita revisão, sem ruminar as palavras? Sei que não se deve estender o texto no blog, também sei que não sei quando voltarei para o próximo post…rs

Está com tempo e ânimo agora? Vambora!

O aniversário do blog é algo especial porque esta ferramenta da internet se tornou parte de mim, embora eu consiga conviver afastada dela, inclusive, por priorizar a família, meu bem maior neste mundo! Diversas ocasiões suscitam ideias e eu gostaria de trazer à blogosfera um novo texto (mais um dentre os milhões pelo mundo!), no entanto, seria o meu texto, com pequenas e grandes lições que a minha experiência pessoal poderia compartilhar, assim como os bons textos de tantos blogueiros; entretanto, há uma baixinha exigindo cuidados constantes e ela não abre mão disso, de jeito nenhum!(rs)

Falando em prioridades, meu coração tornou-se devoto do Sagrado Coração de Jesus em meados de 2010, e, caro leitor, não estou dizendo tal coisa para discutir religião, isso cabe à consciência e a vivência individual das pessoas, só referi na intenção de explicar as transformações que este blog (obviamente esta blogueira!) sofreu de lá pra cá. Sofrer é palavra que veio a calhar exatamente aqui, talvez não por acaso, dado que estamos em plena quaresma: é pelo sofrimento que nos voltamos mais a Deus, não tem como discordar, é preciso muitas vezes um solavanco da vida para despertarmos outros sentidos adormecidos e mesmo quando estamos atentos, aquele tipo perigoso de atenção descuidada caminhando para a tibiez. Quantas vezes deixamos de agradecer ou rogar a Misericórdia Divina (por conseguinte, eis outra devoção que tenho atrelado àquela) quando tudo vai bem? Ainda que dispersos na imensidão do mundo e diante das exigências cada vez maiores dele, nos damos conta de que é preciso fazer algo para inovar de dentro pra fora. Observe ao redor: Há pessoas tristes, deprimidas, doentes, desorientadas, inconformadas, revoltadas ou perdidas no sentido da própria existência perto de você? Quantas dores e lamentações diariamente são lançadas ao vento, ou pior, sobre o próximo?

Doses homeopáticas venho ministrando desde então, de fé, de aperfeiçoamento espiritual. Isso não se deu do dia para a noite; na adolescência estive imersa na igreja em grupos de jovens, porém, com o passar dos anos, com outras coisas acontecendo, distanciei-me desse lado cristão. Não dá pra deixar o que era e se tornar o que pode ser sem haver uma boa transição de um para outro, mas, o fundamento estava lá, perdido, em algum lugar, compreende? Desde o momento em que descobri um mioma subseroso de 4cm no útero (aconselhada por minha obstetra à intervenção cirúrgica) e da decisão de ter outra criança, arcando com as consequências de uma gravidez de risco, pois, além disso, conto com mais de 35 anos, decidi que "era pegar ou largar". A tristeza não conseguiu me abater, pelo contrário, empurrou-me para o Sagrado Coração cheio da misericórdia de Jesus. Na gravidez o mioma ficou do tamanho de uma laranja de quase 10cm, mas, correu tudo bem, graças a Deus, ainda que um susto aqui ou outro ali tenha posto à prova minha fidelidade cristã. Recuperei a memória espiritual, das coisas que ficaram empoeirando desde a juventude, abri a velha caixa, comecei a reorganizá-la e notei muita coisa boa que guiou-me vida afora, mesmo esquecida ali, esteve a esperar por este momento oportuno e mostrar-me quanta riqueza estava abandonada.

O que isso tem a ver com o 3º aniversário do Viraletras, afinal? Bom, se aniversariar é celebrar alegrias, eis que esta blogueira precisava contar as que vem colecionando enquanto não pode escrever com tanta frequência. Por falar em alegrias, havia me esquecido também como é lindo, maravilhoso e divertido ter e acompanhar o crescimento de um bebezinho. Cada fase uma descoberta que só pai ou mãe pode mensurar!

Ah, a vida, cheia dos seus mistérios! Não para nos surpreendendo sempre, dando um limão azedo aqui e acolá, deste meu resolvi fazer uma limonada e digo que ficou das boas: tirou aquele enjoo do estômago, o amargo da boca e refrescou a alma! O ser humano tem essa capacidade de transformação, graças a Deus, caso contrário, estagnados e medíocres morreríamos. Mais uma vez o tempo da quaresma e a páscoa que virá em seguida abre-me os olhos para este tema: a morte. Estou lendo um livro (A última grande lição: o sentido da vida, de Mitch Albom) enquanto amamento, precisa ver como rende leitura assim, nem eu mesma acredito! E olha que antes dele já estudei uma pancada de leis (coisa que nunca tinha visto antes… Aff!) de direito administrativo, de licitação, de noções de orçamento público, de PCCS da prefeitura para a qual trabalho a fim participar do processo de promoção por competências e habilidades, tudo isso somado às provas de títulos que poderão render uma melhora no salário, coisa que só acredito vendo, pois, cansei das promessas políticas. Depois dessa pressão toda, voltei-me para outro livro estacionado há tempos na prateleira: As crianças aprendem o que vivenciam – O poder do exemplo dos pais na educação dos filhos, de Dorothy Law Nolte e Rachel Harris. De toda essa leitura, nenhuma obra prima nem clássica, tenho tirado bastante proveito. Voltemos ao que estou lendo, ainda nas primeiras páginas: o velho professor morrendo lentamente de uma doença neurodegenerativa reencontra um ex-aluno e dão-se em lição através da mesma. A morte é o que delineia a trama, paradoxalmente, dela nascem as melhores histórias, isto é, quando se pensa no fim é dele próprio que se tem o começo ou um recomeço, assim como a Páscoa propõe aos cristãos. Veja, este blog mesmo, é fruto de refúgio dos sentimentos de perda que vivi com a morte de minha mãe em 2008, através dele pude me olhar de fora para dentro, avaliar, ponderar, extravasar!

Obrigada amigo leitor por chegar ao final do post, sei que a correria do mundo exige muito de nós todos, porém, há coisas que nos impelem a continuar, não é? Eu mesma desejo que o Viraletras complete outros aniversários e que ele frutifique tanto quanto as bênçãos de Deus permitirem.

Sejamos como as grandes árvores: lançam fortes raízes na terra, porém, crescem sempre em direção ao céu, aproveitando-se das chuvas, do calor e da luz do sol que as fazem subir mais e mais! Deixam seus galhos ao redor como "quem" deixa seus braços abertos estendidos aos que precisam de ajuda para também chegarem lá…

Fonte da imagem: Google

sábado, 22 de janeiro de 2011

Balanço e saldão!

Que saudade da blogosfera! Não só de escrever não, de visitar meus blogs favoritos e comentá-los, infelizmente, o tempo anda curto demais, contudo, ainda hei de fazer surpresas, disso não duvido, basta esperar e confiar!

Por ora, prefiro registrar para a posteridade o que consegui com o Viraletras nos seus (quase) dois anos de existência. Creio que os que têm seus blogs o fazem da mesma forma, se não através de posts, provavelmente de outras maneiras, mas, o importante é que esse balanço seja feito e tenha, ao final, um saldo positivo!

Em 2009 escrevi muito, participei de várias blogagens coletivas e eventos, queria conhecer mais a vida e a experiência dos que blogam, sob meu ponto de vista, deixei torrentes estancadas de sentimentos e pensamentos tomarem conta do espaço, fluíram até sem rumo algumas vezes, em outras fui surpreendida pelo modo como me permiti escrever e como blogueiros absorviam o teor daqueles posts, fiquei feliz e aliviada, pois, naquele ano ainda pesavam a perda e o luto com a morte de minha mãe e essa, em especial, tenha sido a mola propulsora. Entretanto, escrever faz parte dessa blogueira desde a infância, brincar com as palavras usando de alguns recursos que a aprendizagem na faculdade me proporcionou, deixar de lado as mesmas regras e dar outros significados aos textos, enfim, tudo isso fez e continuará a fazer a diferença, continuarei amadurecendo em cada parágrafo que escrevo porque sei que nunca um é igual ao outro, embora o estilo seja delineado de alguma maneira, as mesmas palavras em um contexto específico ganham formas e significados variados, eis aí a beleza dessa arte, concorda?

Ano passado escrevi bem menos, praticamente um terço em relação a 2009 e não lamento por isso, precisei tirar o pé do acelerador e foi conscientemente. Mesmo assim, não deixei que a qualidade de meus posts também se reduzissem, pelo contrário, sempre prezo pelo melhor que ofereço, não gosto das coisas feitas ao léu. O positivo de 2010 é que me senti uma blogueira mais independente, resultado das experiências do meu primeiro ano na blogosfera, com certeza!

Não fiz grandes planos para o Viraletras em 2011, exceto o de que quero continuar escrevendo e aprendendo, lendo e comentando sempre que possível meus blogs favoritos, despertando mais a leitura e a escrita em minha vida pessoal porque é um dos hábitos que alimenta minh’alma, aliás, de 2010 pra cá tenho me empenhado em ler os muitos livros que adquiri, acho até que exagerei, porém, costumo dizer para não me colocar de frente para as prateleiras cheias de títulos que enlouqueço!(rs).

Concluindo, no geral, meu saldo está mais para credor porque tenho pautado a vida no sentido de encontrar a paz e dela colher seus frutos, pois, não importa o que fazemos, se isto não conforta, não alegra, não satisfaz, então, não valerá a pena insistirmos neste caminho.

Façamos sempre um balanço, não só dos nossos blogs, mas, de nossa vida pessoal, da carreira profissional e de tantas outras vertentes, ao contrário do que se pensa muitas vezes, teremos mais crédito do que débito. De resto, é possível (e até necessário!) mudar sempre e tudo começa assim: o que tenho, o que devo e o que excede para doar!

Na matemática da vida é preciso muito mais que uma calculadora! É preciso cabeça e coração! Fonte da imagem: Google

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

30 de setembro – Dia da Bíblia: “Uma gota do saber a cada dia!”

"A Bíblia é a Palavra de Deus semeada no meio do povo!"Fonte da Imagem: Dreamstime.com

Livro de cabeceira para ser lido antes de adormecermos, todavia, em qualquer momento, para ser meditado, pesquisado com curiosidade e vontade de aprender, livro para muito ser folheado, em horas felizes, em horas sombrias…

Lá podemos “conversar com Deus”, encontramos textos dos mais variados, com exortações para o bem viver, com puxões de orelhas dos mais severos, com motivos de alegria e gratidão, com parábolas repletas de milagres e muita esperança. A Bíblia é uma verdadeira biblioteca em mãos, a palavra vem do grego biblos e significa livros.

A história humana, desde sua gênese até o seu findar, nela consta. Crianças podem se interessar e se encantar com a enorme Arca de Noé e seus animaizinhos aos pares; pela façanha de Moisés atravessando o mar com o povo hebreu; pelo profeta Jonas que foi engolido por uma baleia e devolvido são e salvo; podem gostar muito de ouvir que Jesus as considerou imensamente importantes e lhes teve gesto de carinho: “Deixai vir a mim as criancinhas, não as impeçais…”(Lc 18,16);enfim, podem aprender a amar e respeitar o próximo. Entretanto, nós, quando deixamos de ser pequeninos, crescemos não só fisicamente, mas sobretudo, na descrença, na dúvida, na comparação, na soberba, na falta de amor e fé, nos deixamos iludir porque supomos explicar e provar tudo cientificamente, que para tudo existe lógica e racionalismo, que é dificílimo, quiçá inexplicável, seguir os exemplos de um homem que se deixou crucificar para expiar os pecados de toda humanidade corrompida.

Muitas palavras para serem absorvidas, abstraídas, termos difíceis, outros tão simples e fáceis de interpretar, porém, não basta apenas sua leitura, é imperativo sentir e interagir com a Força Divina. Quão pueris, feito filhos mesmo que somos, nos colocamos diante da Sagrada Escritura e ficamos como quem muito precisa aprender desse mundo imenso. Recordo alguém dizendo: “Devemos absorver a Bíblia uma gota a cada dia…” e concordo porque sei que o oceano que nela existe poderia nos afogar subitamente, entretanto, em doses homeopáticas pode curar dores que nem mesmo os médicos mais capacitados conseguem.

"Devemos orar, não até Deus nos ouvir, mas até que possamos ouvi-lo." (desconheço a autoria)

Ah! Você busca algo além do óbvio? Além do que a rotina é capaz de oferecer, mesmo com toda tecnologia? Então, juntemo-nos nessa corrente em busca da verdadeira sabedoria, não a que pode nos fazer melhores e maiores na ferrenha competição humana, mas, a que pode nos trazer a serenidade.

Fonte da Imagem: Dreamstime.com

Quantos tentam decifrá-la feito enigma do universo, quantos a usam como pretexto dentro de determinados (e convenientes) contextos? Quantos a ignoram totalmente e ainda assim milhares são vendidas?

Mesmo praticando doutrinas diferentes, professando a fé de modos peculiares na busca pela verdade e pela paz, sem o mínimo de amor ao próximo tentaremos preencher espaços em vão ou para ser mais exata em minha paráfrase, devo citar:

 Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada.”

(I Coríntios 13,2)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

REFLEXÃO - “A Paixão de Conhecer o Mundo”

Este é o título do primeiro livro que fui orientada a ler logo quando ingressei no Magistério na década de 90. Escrito por Madalena Freire e, não por acaso, filha do renomado educador Paulo Freire, ambos (livro, autora e pai) ampliariam meu mundo daquele momento em diante sem a menor possibilidade de volta.

Quanto conhecimento apreendi ao folheá-lo, mitos se desfizeram e quantas descobertas acerca do papel da verdadeira arte de educar! Eu, tão jovem e inexperiente, apaixonei-me mais por esse mundo, porém, ele é cruel, já diziam outros e, partindo para os braços desse desconhecido, dediquei-lhe meu coração. Amar as crianças não é suficiente, é requisito básico, depois disso, aprofundar as metodologias de ensino e transferir tudo o que se aprende na mesma proporção em que recebe ensinamentos dos pequenos é, realmente, “fazer arte” (já ouviu essa expressão antes? Mães, normalmente, a usam: “está fazendo arte, não é, menininho?”; “que arte aprontou agora?” ou “essa criança é muito arteira!”) e, para ser artista nessa vida é preciso brilhar, caso contrário, seremos figurantes, apenas mais um preenchendo o espaço vazio no cenário da vida. Eis um dos aspectos que a educadora vai abrindo ao leitor: crianças são artistas natas e lidar com tanta curiosidade e criatividade é trabalho exigente, contudo, gratificante demais.

Ler Madalena Freire naquele momento foi um misto de descobertas e de alerta às dificuldades que, certamente, viriam pelo caminho. E vieram. Na hora dos estágios e depois na busca do emprego deparei-me com situações diversas: de crianças perfumadas e com boa estrutura socioeconômica até às que cheiravam a xixi e sequer tinham piso no chão de casa, a não ser o barro batido; as primeiras tinham nutricionista elaborando cardápio semanal,as outras comiam dos alimentos da horta escolar (e esperavam ansiosas por eles!);enquanto umas transpunham dificuldades escolares com apoio psicopedagógico, aquelas outras seguiam em “turmas remanejadas” dependendo dos esforços de uma professora abnegada.

Estas e outras situações ao longo de uma busca que iniciou ainda quando criança, desgastaram-me, consumiram-me. Deparei-me com a exploração e a falta de respeito de uma diretora de pré-escola em relação às professoras novatas, jamais imaginei que pudesse sofrer e ouvir humilhações tamanhas de alguém que se comprometia com pais e crianças nessa arte de educar: a mim bastaram dois meses naquele lugar, quase deixei-me abater, quis odiar a infância (anjos de um maternal!) que nada tinha-me feito de ruim, estava transferindo a indignação de modo errado, saí de cena (e o mundo foi cruel, de fato, naquele momento), senti um alívio imenso e, por outro lado, frustração: teria eu escolhido a profissão errada por tanto tempo? Teria me equivocado e teriam se equivocado minhas mestras no curso também? Quem esqueceu de me avisar? E as boas notas, os elogios, os bons trabalhos e tudo mais, de que serviam, então? Onde estava a minha “paixão de conhecer o mundo” naquelas horas?

Como não se deve desistir na primeira dificuldade, segunda, terceira ou quarta em diante… aceitei, a convite de uma colega, lecionar inglês para crianças de 4 a 6 anos numa escola particular quando já cursava o segundo ano da faculdade. Consegui me apaixonar novamente e, após oito meses de excelente convívio com outros funcionários, professores e crianças, fui capaz de entender que a vocação não depende da opinião de uma só pessoa, ela subsiste dentro de você, apesar de forças contrárias tentando minar essa paixão. E compreendi que o mundo não é cruel, mas, uns e outros podem torná-lo assim. São pedras no caminho: tente empurrá-las dali se valer o esforço, nem sempre se consegue, há pedras que têm o desprazer de manter-se à frente entulhando seu trajeto; chute-as (precisará de bons sapatos, caso contrário, sairá machucado!) ou apenas as ignore, desvie-se e siga adiante. Sua personalidade e experiência de vida responderão por si. Naquela ocasião da pré-escola deixei a pedra para trás, talvez hoje, mais madura, teria dito umas poucas e boas, mesmo sabendo que a pedra sempre foi pedra e não se tornaria nada menos dura e vazia, compreende? Seria um desabafo, um não-engolir de sapos tão somente!

Conhecer o mundo e alfabetizar podem ser companheiros de vida ou inimigos entre si, tudo dependerá do conceito que se tem de um e outro e como profissionais da área os transmitem. Nas diversas leituras de Paulo Freire, Jean Piaget, Emília Ferreiro entre tantos outros que se dedicaram à Arte de Educar, pude abstrair de cada um deles um pouco dessa mesma paixão que se traduz em conhecer o mundo (o nosso próprio, em particular, e o do outro) além de representá-lo por meio da comunicação oral e escrita, sobretudo, através das entrelinhas desta vida, das pausas, das reticências, das exclamações e interrogações intermináveis. Ponto final é difícil dizer.

Todos os educadores sabem (ou devem) que alfabetizar é muito mais que ensinar o bê-a-bá, vai além da simples transmissão do conhecimento uma vez que este não vem pronto e destinado igualmente para os cidadãos do mundo, sejam crianças, jovens ou adultos. Achegar-se a cada um desses mundos e levá-los à prática do ler e do escrever, especialmente, do tornar-se gente é tarefa das mais valorosas e nem sempre correspondida à altura. Sábias palavras contidas na “Carta de Paulo Freire aos professores”: sugiro uma releitura aos que já a conhecem e a leitura atenta para quem ainda não teve o prazer de lê-la e compreender de que paixão a filha Madalena Freire esteve a falar em seu referido livro e da qual compartilhei juntamente desde que me foi apresentada.

Se você quiser complementar essa leitura da Carta, assista ao vídeo e ouça palavras que, certamente, enriquecerão ainda mais seu/ nosso mundo!

Boa sexta-feira e um fim de semana cheio de paixão para você!

Bibliografia que inspirou o post de hoje:

"A Paixão de Conhecer o Mundo"

Madalena Freire
São Paulo: Editora Paz e Terra

Fonte da Carta de Paulo Freire aos Professores:Instituto Paulo Freire

sexta-feira, 24 de julho de 2009

REFLEXÃO - Férias

Mês de julho é época de férias da meninada. Que felicidade para elas, não é? E para os pais, o é igualmente? Não sei, às vezes tenho dúvidas se os adultos gostam tanto desse período quanto os filhos, pois, cheguei a ouvir mais de uma mãe a lamentar: "ai, ai...lá vêm as férias!", como se fosse ruim? "Epa! Por que será?" - pensei comigo. Pais que trabalham fora e dependem da escola (dentre outras funções que competem a esta) também como forma de "babá" no horário em que estão dando expediente, podem até sentir falta do período letivo, entretanto, sabemos bem que a função primeira desse local é educar e não manter nossos filhos sob vigília tão somente. Bom seria se houvesse boas escolas com alternativas para casos excepcionais, entendo que não é fácil ter que trabalhar e não saber com quem ou onde deixá-los, porém, devemos pensar que o período de férias, tanto o de agora quanto ao final do ano escolar não são apenas para descanso dos professores e funcionários (Até parece! Tenho colegas que realizam várias atividades pendentes nesse período e pouco aproveitam o "tempo livre", engana-se quem pensa que professor descansa muito por conta disso). E pensei novamente com meus botões: "São só duas semaninhas magras, que mal há nisso?"
De fato, mal nenhum, muito pelo contrário. É tempo de aproveitar mais "nossa criança", de conversar, de brincar, de vivenciar coisas ditas "bobas"(assistir um desenho e comer pipoca no meio da tarde, preparar uma pizza juntos ou levá-la ao parque - algum tipo de atividade que saia do cronograma rotineiro do resto do ano, entende? Se seu filho já tem por rotina isso, então, invente outras, mas, crie oportunidades novas de experimentar e estar perto dele).
E, falando em experimentações, há um tempo ganhei um livro num sorteio do orkut, nem acreditei, sempre acho que tem gente somente querendo levar vantagem na Internet ou sacanear os menos atentos com todo tipo de tralha que possa destruir nosso pc...desconfio bastante, porém, também procuro fontes e chego a conclusões que, eventualmente, vale a pena arriscar. Minha sobrinhamiga está de prova! Foi ela quem me alertou e não é que recebi o livro em casa? Trata-se do "Agressividade Infantil - Relax e reprogramação emocional para crianças" de Cristina Locatelli. Foi ótimo lê-lo e aconselho a quem queira. O conteúdo é interessante e prático, a minha sensação durante a leitura foi da autora o tempo todo enfatizando o amor e a valorização deste entre pais e filhos, ao contrário do que o título pareça sugerir: tratar apenas da questão "agressividade". Entender o porquê a criança muitas vezes se rebela é importantíssimo. Quantas vezes queremos passar por cima do que ela quer dizer com a atitude ou a fala "agressiva", resolvendo na chinelada? Quantas vezes nos culpamos por tomar atitudes impensadas e amargamos ver aqueles olhinhos chorosos e o coraçãozinho triste conosco?
Procuro não errar com meu filho, assim como toda mãe que é preocupada em bem educar, inclusive, as palavras que proferimos têm muito peso e como! Viver a insultar, diminuir, denegrir, desprezar ou coisas que afetem negativamente a criança podem contribuir e condená-la a sentir e a assumir certas posturas. Uma colega vivia a dizer ao filho que ele "era triste" no sentido de ser muito bagunceiro. Eis que um belo dia essa criança respondeu a um elogio da mãe dizendo: "não, eu não sou bonzinho...eu sou triste!". Triste mesmo foi ela se dar conta do que estava fazendo com a cabecinha do menino e repensar as palavras que dizia ao se referir a ele, aliás, não a ele exatamente, mas, às atitudes dele, como se fosse um rótulo, compreende?
Eu mesma me corrigi um dia por conta de um lembrete bem dado da Cris, ao chamar meu pequeno de "seu tranqueirinha", depois disso, troquei por "meu anjo". E, não por acaso, é uma criança bastante carinhosa e compreensiva, muito alegre e inteligente.
Muitas vezes usamos alguns termos sem nem mesmo atinar o real significado deles, todavia, é preciso repensar até mesmo isso. Não é à toa que digo e repito sempre que o magistério muito me influencia e a pedagogia da sobrinhamiga também atualiza nossas conversas. Mãe mais informada pode correr menos riscos, isenta deles nenhuma está!
A questão das férias escolares também pode ser encarada como uma bênção, muito mais do que um problema a ser resolvido no meio e no fim do ano. Passar um pouco mais de tempo com a criança, fazer algo junto dela, apreciar suas habilidades, ouvi-la mais, dedicar-lhe atenção e carinho constantes não tem preço e só pode beneficiar ambas as partes, não acha? Vejo no trabalho que as pessoas, em geral, querem coincidir seu período de férias com o dos filhos, é muito bom saber que se preocupam, que tentam ao menos! Sei que nem sempre é possível, afinal, muitos funcionários para poucos e os mesmos meses ingratos de julho, dezembro, janeiro ou fevereiro. Aff! Decidir férias é sempre estressante nesse ponto também. Fazer o quê? Brigar de igual para igual, seguir as regras da empresa e... aproveitá-las ao máximo, mesmo que sejam em qualquer outro período.
Outro detalhe importante da leitura referida é o do toque. Vamos acrescentar sensações às palavras de carinho: muito cafuné, massagem, beijinhos e abraços apertados! Perco a conta das beijocas que dou nesse baby! E ele as retribui junto de abraços, seja para angariar algo (isso é básico em criança!rs), seja de graça, sem nada em troca! Melhor ainda, não é? E o cafuné para fazê-lo dormir, quantas vezes já não foi meu trunfo? - "mamãe, faz assim..."(massageando a mãozinha sobre a cabeça). Tudo bem que o filho não nos pertence, de certo modo ele ganha asas e voa para o mundo como já ouvimos muito, porém, o mundo lá fora não faz isso pelo filho da gente, faz?
Então, vamos tirar férias de outras coisas, especialmente dos problemas, mas, nunca dos filhos, nunca da possibilidade de estar mais junto e aprender sempre com eles.
Tenha um final de semana muito feliz junto dele ou deles! Falando nisso, vou curtir mais o meu porque as aulas reiniciarão na segunda-feira...que peninha!

Fonte da imagem: Google

sexta-feira, 19 de junho de 2009

REFLEXÃO - Quem mexeu no meu queijo?

Em outras postagens estive a considerar e refletir pontos que *"mexem em nossos queijos" vida afora. A quem queira reler ou ler pela primeira vez, basta clicar aqui, ali ou acolá. Tais posts tanto independem um do outro quanto criam, em algum momento, um ponto de intersecção entre si, mais ou menos como a medicina, que tanto pode ver o paciente como um todo (clínica geral), quanto tratá-lo por áreas específicas (especialidades). Simples e complexo assim!(rs)

O título em questão já deve ser velho conhecido de muitos. Não estou aqui para fazer críticas nem elogios ao livro, pois, o mesmo já foi bastante divulgado, nem sou apta para tanto, sou apenas alguém que gosta das parábolas, troco ideias a respeito e reformulo continuamente a opinião primeira, aliás, quem já não leu o mesmo livro ou assistiu ao mesmo filme algumas vezes em tempos diferentes e não os viu com novos olhos? Em especial, leitura e releitura abarcam essa mudança, esse novo olhar, por isso, o mundo das letras é mais forte que o pulsar do coração, ele resiste às muitas intempéries, daí alguns escritores serem citados e lidos, receberem homenagens, ainda que póstumas, através dos tempos (não estou a falar do título em questão, veja lá, hein!).

Nos dias de hoje é bastante comum a busca da autoajuda, por quê? Penso que a simplicidade foi invadida pela complexidade do mundo moderno (tudo tão fácil e tão acessível, tão descartável...), assim, nos lamentamos muito mais, nos deprimimos muito mais, nos estressamos muito mais... e você, certamente, já parou para pensar nisso, não é? Já leu autoajuda também? kkkkkk! Rio junto contigo porque eu assumo, já li e leio coisas assim, leio outras também, mas, há os que repudiam tal escolha no mundo da literatura (tão farta de ótimos e memoráveis livros). Bem, cada qual com seu cada qual. Ler não é o problema, ficar dependente como se fosse remédio tarja preta é que acredito ser, então, não me incomodo. Posso queimar neurônios lendo textos científicos, quanto ler divertidamente um bom gibi infantil e, ainda assim, tirar proveito de ambos para a vida, entende?

Caramba! Você vai dizer já, já: quanta justificativa e divagação? Onde chegaremos?

Aí é que está: Onde se quer chegar? Que objetivos traça para viver melhor? Quanto questionamento é preciso fazer e refazer para alcançar o que se quer? Quer alcançar algum objetivo, pra começo de conversa?

Temos o velho hábito de apenas reclamar quando tudo vai mal, de reclamar quando as coisas mudam (estava tudo tão bom do jeito que estava!), de declinar os verbos da dificuldade antes dos verbos da perseverança, afinal, parece ser bem mais fácil assim, pois, enfrentar novos desafios despertam o medo e quem não teme? Ainda bem que as pessoas são bem diferentes umas das outras, que nem todas são pessimistas ao extremo (haveria suicídio em massa, cruzes!), em contrapartida, nem todas são otimistas ao extremo também (haveria "cegueira" geral diante dos problemas, aff!). Um misto disso e daquilo, ponderando prós e contras, reafirmando o que é bom, desprezando o que é ruim, encontrando saídas para o *labirinto são coisas a considerar sempre diante dos desafios desta vida.

Então, espero que todos possamos procurar por *queijo novo e encontrá-lo, apesar das dificuldades, que não fiquemos parados chorando pelo *queijo que se foi, afinal, você é um homem ou um rato?

Uma boa sexta-feira!


*os termos marcados pertencem ao título em questão e podem ser apreciados resumidamente em vídeo do Youtube.


Fonte da imagem: Google

Bibliografia do Livro: SPENCER, Johnson. Quem mexeu no meu queijo?
Título original norte-americano WHO MOVED MY CHEESE?

sábado, 18 de abril de 2009

Blogagem Coletiva - Quem foi seu Monteiro Lobato?

Memórias de uma leitora

Prefácio
Falar sobre o 18 de Abril, Dia Nacional do Livro Infantil e de seu representante maior Monteiro Lobato não é tarefa fácil, todavia, muito gratificante porque o prazer de brincar com as palavras e recontar coisas passadas não se mensura, um misto da literatura na vida e da vida na literatura. Incomparável, sua obra infantil deixou marcas em minha geração, deixará também para as subsequentes posto que é imortal.

Capítulo 1 – em casa: o pontapé inicial da literatura
Meu pai, que fora criado com o mínimo de estudo, na base da enxada, em nossa infância, contava a mim, ao meu irmão e minha irmã, basicamente duas histórias: João e Maria, em que a parte mais interessante era a tensão de saber se a bruxa descobriria a mentira das crianças na tentativa de se livrarem dela e, Ali Babá e os 40 ladrões, desta que ficou marcada a célebre frase “abre-te Sésamo!”, funcionava como mágica num mundo distante e diferente do nosso cotidiano. Coitado de meu pai! O seu repertório era composto apenas por estas e sempre pedíamos para que ele as repetisse, mil vezes que fosse!
Capítulo 2 – o primário: caminho das letras
Aos sete anos e meio iniciei a primeira série. Aprendi o alfabeto no velho método da abelhinha, quem se lembra? Em cada letra uma história, um som, uma grafia. As dificuldades eram substituídas por muitas repetições com a introdução de fichas no alfabeto silábico.
Já no ano seguinte, descobri a escrita de outra forma: produzindo redações: temas livres ou direcionados, não importava, eu queria muito inventar situações e pessoas, tanto que a professora chegou a pedir certa vez que eu preenchesse um pouco menos que cinco ou seis páginas dos pequenos cadernos de brochura, afinal, aquilo não era para ser um livro!
Na terceira série fui premiada com um coelhinho “Quick”, por ter escrito a melhor história numa competição entre os colegas da turma. Esse “troféu” dormiu, passeou e ficou ao meu lado por muito tempo.
Por essa época estava a frequentar a biblioteca, por ser um colégio novo não tinha muitos livros, contudo, dentre os que li, apenas uma coleção, em especial, passou a fazer parte das minhas várias idas e vindas naquele lugar:
Anita, escritos por Marcel Marlier e Gilbert Delahaye. Como toda criança, buscava algo que chamasse a atenção pelos sentidos: os olhos viram as capas duras e as lindas ilustrações. O cheiro do livro levava-me a viajar junto com a protagonista nas diferentes histórias. Folheá-los era a certeza de encontrar um pouco mais de aventura, podia, inclusive, ouvir as vozes, os sons...
Posso dizer que foi o marco zero de minhas leituras e elegê-la como alusiva ao meu Monteiro Lobato remonta a estas memórias, concomitantemente, Lobato apareceu-me de outro modo: pela televisão através dos muitos episódios exibidos no programa Sítio do Pica-pau Amarelo. Era um vício assisti-los todas as tardes, certa vez cheguei a sonhar com o Minotauro tentando me encurralar num labirinto, foi muito pior que sonhar com a Cuca! Meu personagem favorito era o Visconde de Sabugosa, tão culto e cheio de explicações inteligentes, fazia um ótimo par com a Emília nas suas intermináveis filosofias e ideias.
Na 4ª série tomei “ares de professorinha”, pois a “tia” cultivava o hábito de seus alunos serem auxiliares em classe: escrever na lousa, confeccionar cartazes, ajudar os colegas com dificuldades, etc. Coloquei na cabeça que seria professora no futuro.
Capítulo 3 – o ginasial: tomada de decisões
Da 5ª a 8ª séries a coleção Vaga-Lume, que acredito ter sido uma coqueluche entre professores e alunos da época, foi outra que apreciei muito, tendo lido vários, dentre eles alguns como: O Mistério do Cinco Estrelas; Sozinha no Mundo; A Ilha Perdida; Açúcar Amargo; Aventuras de Xisto; Deus me Livre!; O Caso da Borboleta Atíria; Os Barcos de Papel ; Xisto e o Pássaro Cósmico; Xisto no Espaço; etc.
Nesta fase, o estudo da Língua Portuguesa, além de Inglês e Estudos Sociais eram as disciplinas que mais me agradavam.
A partir da 7ª série comecei a trabalhar. O mundo foi ficando mais complexo, difícil e, ainda assim, com muito esforço conseguia manter meus estudos de modo saudável, não tanto quanto antes que só me dedicava a eles, porém, jamais deixei de ser uma boa aluna, uma boa leitora.

Capítulo 4: 2º grau profissionalizante – o Magistério
Meu sonho de ser professora teve seu início, meio e fim, infelizmente, o fim foi FIM mesmo. Cursei-o com dificuldades por trabalhar no comércio, contudo, jamais o releguei ao segundo plano: dormia tarde, sacrificava feriados e finais de semana, férias nem as tive para cumprir meus estágios. Já formada, travei batalha com o sonho perante a realidade, esta última foi dura e deixou que o primeiro sucumbisse diante dos obstáculos. Boa teoria e vontade não bastaram para seguir adiante, eram necessárias “provas de títulos” ou salários ínfimos, ambos não me eram possíveis naquele momento. Fazia parte de uma família, almejava construir a minha também e era preciso algo concreto. O sonho acabou por ora.
Capítulo 5: curso superior – Letras: orgulho de ser
Pedagogia ainda foi uma ideia que alimentei por um tempo, logo trocada pelo curso de Letras, sugerido por meu marido (namorado ainda na época). Jamais houve arrependimento, creio que foi a melhor coisa que fiz depois do magistério. Ambos corroboraram para tornar-me alguém muito melhor. Cheguei a lecionar inglês em escola particular para crianças, provei que era capaz, fui feliz, entretanto, a vida faz das suas, precisei tomar novo rumo, priorizar pessoas e coisas. Comecei a trabalhar na área da saúde com a burocracia onde continuo até hoje.

Considerações finais
Síntese é algo que tenho trabalhado ao longo da escrita e ao longo da vida, porém, bem sabemos que é quase impossível reduzir tantas histórias e tantas memórias em poucas palavras. Tentei ao máximo e peço sinceras desculpas se meu caro amigo leitor ficou enfadado, a intenção não era essa, de modo algum. A intenção maior foi suscitar algo, por mínimo e simples que fosse, de Monteiro Lobato em suas muitas e muitas criações. Minhas memórias podem não ter o glamour das aventuras de seus mais famosos personagens, porém, como foi proposto pela blogagem coletiva do
Fio de Ariadne, apoiada por Jorge Zahar Editor, apontei pessoas, fatos e autores que trilharam comigo esta trajetória no mundo da leitura. Assim se fez. Assim se faz. Era uma vez. Nada mais.
Fonte de imagens coleção Anita: site Editora Verbo
Fonte das demais imagens: Google